quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Câncer infantil: índice de cura pode chegar a 70%

Diferentemente do que acontece na fase adulta, o câncer infantojuvenil não tem fatores de risco conhecidos ( FOTO: KID JÚNIOR )
Interromper o cotidiano ativo de uma criança para submetê-la a qualquer tipo de tratamento já é um processo difícil, e quando a patologia se trata de um câncer, o cenário é ainda mais doloroso. Somente no Estado do Ceará, estima-se, para 2017, uma média de 210 tratamentos realizados no Centro Pediátrico do Câncer (CPC), do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), entre pacientes já em acompanhamento e novos casos. Durante o "Novembro Dourado", mês de conscientização sobre o Câncer Infantojuvenil, especialistas chamam a atenção para o diagnóstico precoce, responsável pela taxa de sobrevida de até 70%.

Diferentemente do que acontece na fase adulta, o câncer infantojuvenil não tem fatores de risco conhecidos, estando mais relacionados a aspectos de origem embrionária, segundo explica a oncologista pediátrica da Associação Peter Pan e do Hias, coordenadora do ambulatório de diagnóstico precoce do CPC, Nadja Trompieri.

Por isso, segundo destaca, é importante estar atento aos sinais do corpo, que podem se confundir com doenças bastante comuns à fase da infância. "A única prevenção é ficar atento aos sinais. Às vezes, um gânglio no pescoço pode ser uma infecção, manchas roxas podem ser pancadas, mas mesmo parecendo comum é preciso levar ao médico".

Entre os tipos mais comuns estão a Leucemia Aguda, os tumores do sistema nervoso central, os linfomas, os osteossarcomas (tumores ósseos), entre outros. Mas apesar da gravidade do quadro, a médica revela que o índice de cura para quem adere ao tratamento cedo e de forma correta varia de 60% a 70%. "As crianças respondem muito melhor ao tratamento, por isso é importante fazê-lo corretamente. Hoje há muitos esclarecimentos, se fala muito sobre câncer infantil, sobre o alto índice de cura, então as pessoas estão aderindo melhor ao tratamento", comenta a especialista.

Conforme estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), 12.900 novos casos de câncer na faixa etária de zero a 19 anos devem surgir somente no ano de 2017 no Brasil. Estudo do Inca e Ministério da Saúde (MS) aponta que a sobrevida de pacientes infantojuvenis são mais elevados nas regiões Sul (75%) e Sudeste (70%). As regiões Nordeste (60%) e Norte (50%) têm os índices mais baixos.

Dados

No Brasil, o câncer é a doença que mais mata crianças a partir do primeiro ano de vida. Entre 2009 e 2013, ainda conforme dados do Inca, a doença foi a responsável por cerca de 12% das mortes na faixa etária de 1 a 14 anos, e 8% na faixa etária de 1 a 19 anos. Em 2014, foram registrados 2.724 mortes por câncer infantojuvenil no Brasil.

Entre os sintomas mais comuns relacionados a tumores da infância estão palidez, manchas roxas e dor na perna; caroços e inchaços; perda inexplicável de peso ou febre; alterações oculares; barriga branca; dor de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva, problemas de equilíbrio; dores em membros ou ósseas, entre outros.
por Renato Bezerra - Repórter

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