Deputado Zezinho Albuquerque disse que ALCE prestará apoio a qualquer parlamentar que se sentir ameaçado PAULO ROCHA / ALCE |
O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Zezinho Albuquerque (Pros), afirmou, nesta segunda-feira, 22, que a Casa dará “todo o suporte necessário a qualquer parlamentar que se sentir ameaçado”. Hoje, o deputado estadual Renato Roseno (Psol) solicitou apoio do Poder Legislativo para investigar boatos de que teria prestado assessoria jurídica a acusado de assassinato. Roseno tem sido alvo de difamação e recebido ameaças através das redes sociais.
"A Assembleia Legislativa do Ceará sempre e agora mais do que nunca não admitirá que qualquer membro no usufruto legal, constitucional e regimental de seu mandato sofra qualquer tipo de ameaça moral e/ou física. Tomaremos integral conhecimento dos fatos e, seguramente, na persistência de tais ameaças, buscaremos adotar medidas protetivas junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado, Ministério Público e a Justiça cearense", afirmou o deputado Fernando Hugo (SD), procurador parlamentar.
Desde a sexta-feira, 19, Roseno tem sofrido difamações nas redes sociais após boatos de que teria prestado assistência jurídica ao suspeito de matar um policial com nove tiros no bairro Pici, em Fortaleza. O parlamentar afirma que também buscará apoio do Governo do Estado e da Polícia.
A informação inverídica surgiu em publicação no Facebook e foi reproduzida pela mãe do policial, Daniara Maria Rabelo Félix, durante uma entrevista à emissora de TV. O vídeo recebeu milhares de compartilhamento e comentários no Facebook e no Whatsapp. Desde então, Renato Roseno tem feito mobilização para esclarecer que não possui nenhuma relação com o caso.
“Tenho buscado todos os meios de comunicação, redes sociais, para conseguir de fato desfazer essa informação falsa. Sou absolutamente claro: não prestei assessoria jurídica, não acionei, não mobilizei minha assessoria para a defesa desse acusado de assassinato”, esclarece Roseno.
Caso do policial
O boato compartilhado na Internet diz que o deputado prestou apoio jurídico a Gabriel Alves de Lima, de 20 anos, preso no dia 13 de fevereiro, suspeito de ter assassinado o policial militar do Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio), Augusto Herbert Félix, de 27 anos, e o comerciante José Vilemar de Freitas, de 83 anos, no dia anterior à prisão.
Renato Roseno afirma que não teve nenhum contato com esse caso ou o fez por intermédio de terceiros. Por ser servidor público licenciado, o deputado não atua em escritório de advocacia jurídica e sua assessoria na Assembleia trabalha apenas em ações voltadas para o mandato político, esclarece.
“Nós estamos sempre cobrando apuração desses casos e denunciando a falência da política de Segurança Pública em nosso estado, a qual tem levado à ampliação da violência e das mortes, tanto de policiais quanto de outras pessoas envolvidas em situações de conflito”, afirma nota divulgada pelo deputado.
Perfil
O policial Augusto Herbert estava na PM há seis anos. Ele ingressou na corporação no Batalhão de Policiamento Comunitário (Ronda do Quarteirão), antes de entrar no Batalhão de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio).
Ele estava em uma moto quando foi abordado por uma dupla, também em uma moto, no bairro Pici. O policial reagiu e acabou sendo baleado por Gabriel Alves de Lima. No tiroteio, o comparsa de "Biel", Bruno de Barros foi morto. Minutos após o crime, Gabriel, conforme investigação policial, matou o idoso em uma mercearia no bairro Jardim Iracema.
Gabriel foi preso no distrito de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (Grande Fortaleza).
Jéssica Welma
jessicawelma@opovo.com.br
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