sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Operação da Polícia Federal apura desvios na Petrobras desde 1997

Em 1997 Fernando Henrique Cardoso era o presidente do Brasil
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (17) a Operação Sangue Negro, que investiga o desvio de dinheiro de contratos da Petrobras iniciado em 1997. A ação está relacionada às investigações de um esquema de pagamento de propinas envolvendo a empresa holandesa SBM e a estatal brasileira.
Segundo a PF, os pagamentos feitos por integrantes da SBM a funcionários da Petrobras eram depositados em contas na Suíça e variavam de R$ 30 mil e R$ 50 mil por mês. Esses valores, diz a polícia, foram pagos ao longo de vários anos, começando no fim da década de 1990 e teriam durado até 2012.
A operação cumpre cinco mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Angra dos Reis (RJ) e Curitiba (PR), além de quatro mandados de prisão preventiva – dois deles foram expedidos contra ex-diretores da Petrobras presos na Operação Lava Jato: Renato Duque e Jorge Zelada.
As buscas foram feitas nas casas dos investigados e na Petroserv, empresa do ramo de prospecção de petróleo.

A ação desta quinta tem como alvo principal a empresa que seria o elo entre a SBM e a Petrobras. De acordo com as investigações, a Petroserv recebia repasses de 3% a 5% de contratos da Petrobras e, desse total, remetia 1% para contas de empresas no exterior. Os investigadores apontam que esse dinheiro era lavado e remetido novamente para o Brasil em forma de propina.
Os crimes investigados pela operação são os de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros. De acordo com a Polícia Federal, as investigações da Sangue Negro começaram antes da Lava Jato, embora todos os alvos desta quinta estejam relacionados a ela.

SBM
A SBM atua como prestadora de serviços para empresas petrolíferas – oferece aluguel de plataformas, entre outros – e já confessou, durante as investigações da Lava Jato, ter pagado propina a funcionários da Petrobras em troca de contratos.
Em junho deste ano, o ex-representante da SBM no Brasil Júlio Faerman, suspeito de ser um dos operadores do esquema da Lava Jato, afirmou à CPI da Petrobras que garantiu “ganhos expressivos” à estatal brasileira enquanto atuava em nome da empresa holandesa.
Um mês antes, integrantes da CPI foram a Londres (Inglaterra) colher depoimento de Jonathan David Taylor, ex-diretor da SBM que denunciou supostas irregularidades em contratos assinados entre a companhia da Holanda e a Petrobras.

Camila BomfimDa TV Globo, em Brasília

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