O deputado Genecias Noronha (Solidariedade) pediu as vistas do processo contra o presidente da Câmara |
Brasília – Durante reunião da Conselho de Ética nesta terça-feira (15), o deputado Genecias Noronha (SD-CE) pediu vistas do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Se fosse bem sucedido, ele conseguiria adiar mais uma vez a votação da admissibilidade do processo de cassação de Cunha. Entretanto, o pedido foi rejeitado pelos parlamentares, por 11 votos contra nove. A votação do parecer continua em andamento.
Aliados de Cunha já tinham sinalizado que fariam isso como estratégia para adiar a oitava tentativa de votar o parecer contra o peemedebista. O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), no entanto, não se manifestou sobre o pedido.
No início da sessão, o novo relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO) apresentou seu parecer favorável ao seguimento das investigações, em apenas uma folha – frente e verso –, no qual acusa Cunha dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falso testemunho na CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior. Rogério esclareceu que fez apenas um complemento de voto.
O advogado do presidente da Câmara, Marcelo Nobre, demonstrou “preocupação” com impactos da operação Catilinárias, deflagrada hoje pela Polícia Federal, na decisão do Conselho, mas disse que está confiante na defesa técnica do colegiado. Ao se dirigir aos parlamentares, Nobre esclareceu que não há relação do processo no Conselho com as ações da PF, que fizeram buscas e apreensões na residência de Cunha.
“Isto (operção da PF) só reforça nossa defesa. A defesa tem dito que não tem prova e o que decorre da busca e apreensão na casa do meu cliente? A busca de provas", disse o advogado, que concluiu: "Estes acontecimentos na casa do meu cliente só reforçam a defesa neste Conselho de Ética. Aqui estamos para tratar de quebra de decoro ou não”, afirmou.
Minutos antes de a reunião começar, Nobre pediu para que os parlamentares respeitassem a lei assegurando que a defesa tivesse o direito de apresentar, novamente, seus argumentos. Além do “esclarecimento” sobre as ações de hoje, o jurista reiterou a defesa já apresentada ao colegiado.
por Carolina Gonçalves, da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário