Nesta segunda-feira(14), às 19h, foi realizada a entrega do Prêmio João Canuto 2015, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Rio de Janeiro. O Prêmio foi entregue aos representantes de causas humanitárias que mais se destacaram em 2014 e 2015 pelas mãos dos atores e participantes do Movimento Humanos Direitos (MHuD), como Dira Paes, Camila Pitanga, Carla Marins, Cassia Kis Magro, Eduardo Tornaghi, Leonardo Vieira e Priscila Camargo.
A premiação foi criada em 2004 e acontece durante o Fórum dos Direitos Humanos, onde são discutidas iniciativas primordiais da luta pela erradicação do trabalho escravo, pela erradicação da exploração sexual infantil, em favor da demarcação das Terras Indígenas e das áreas dos quilombolas e em favor de ações socioambientais.
Os vencedores do Prêmio João Canuto são pessoas ou entidades que agem por conta própria e não possuem nenhum vínculo com o Governo. Todos contribuíram através da criação de movimentos ou de lutas pessoais com o desenvolvimento dos Direitos Humanos.
Nesse ano os premiados foram:
Dalila Figueiredo (fundadora da ASBRAD, organização que atua principalmente contra a violência feminina e o tráfico humano);
Márcia Albernaz Miranda (auditora do Ministério do Trabalho do Rio, com especial atuação nos casos de chineses submetidos à máfia do trabalho escravo);
Serviço Pastoral dos Migrantes (completa 30 anos em 2015 e atua no acolhimento, inclusão e legalização dos migrantes estrangeiros);
Antônio Canuto (um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra, por toda sua trajetória ligada aos direitos humanos através de sua luta rural);
Val Schneider (empreendedor social, migrante do Ceará que criou um centro de referência à cidadania no Complexo do Alemão);
Flávio Canto (Atleta, pela criação do Instituto Reação, projeto social de inclusão social através do esporte que atua em diversas favelas cariocas);
Mãe Beata (religiosa do candomblé, referência da resistência da religião, cidadania, cultura e dignidade da população afro brasileira, com foco na defesa dos direitos das mulheres negras);
Dinael Cardoso (liderança indígena é uma das personalidades mais ativas no Movimento em Defesa da Vida e da Cultura do Rio Arapiuns, no Pará, que luta contra a exploração da terra por empresários, mineradoras e produtores de soja).
O Prêmio João Canuto teve também a participação de Roberta Sá, que fez um pocket show. Ano passado os participantes foram contemplados com a música de Gilberto Gil. A apresentação será das atrizes e diretoras do MHuD, Camila Pitanga e Dira Paes.
Conheça Wal Schneider.
Conheça Wal Schneider.
José Valdemir da Silva Gomes...hoje Wal Schneider, sonhava em ser artista quando saiu de Tabuleiro do Norte, no interior do Ceará, aos 18 anos, e pegou carona num caminhão que ia para o Rio. Até então, só conhecia a arte do Circo.
Quando as lonas chegavam a Tabuleiro do Norte, o menino corria para assistir a montagem. Sem condições financeiras para comprar os ingressos, ele assistia ao espetáculo vendendo Maçãs do Amor para a platéia.
Mas o sonho de Wal não era só o de ser artista e de chegar a um grande centro urbano. Ele pretendia despertar esse mesmo sonho em outras pessoas que, como ele, não tinham acesso ao Teatro e à formação do ator. No Rio, para pagar um curso de teatro, lavou pratos, foi balconista em padarias e fez faxinas. Começou a dar aulas de interpretação em favelas. Em 2007, alugou um espaço em Olaria e criou o Centro Cultural Atriz Chica Xavier onde, além de um palco para a prática do teatro, construiu uma biblioteca com 2 mil livros.
Em oito anos, o projeto “No Palco da Vida” já mudou a vida de 1.600 pessoas, a maioria moradores das favelas do Complexo do Alemão. A outra parte do sonho, a de ser famoso como ator, desabrochou quase ao mesmo tempo. Wal Schneider apareceu na novela "Vidas opostas", da TV Record. A ânsia de botar pra fora toda energia que, desde criança, ele intuia chamar-se arte levou Wal até os testes do Projac. Logo participava das novelas globais que ele assistia pelas frestas das janelas de quem tinha televisão, na vizinhança de sua "mainha", lá em Tabuleiro de Norte.
A consagração de Wal chegou pelo seu papel social. A experiência do Centro Cultural Chica Xavier, deu a ele, por votação popular online, o Prêmio Extraordinário, do Jornal Extra, na categoria Superação.
Wal Schneider, o José Valdemir da Silva Gomes, que sonhava em ser artista, tinha se tornado definitivamente um exemplo e uma referência, pelo que é e pelo que faz.
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