O ex-presidente Lula afirmou ontem que não tem medo de ser preso pelas operações Lava Jato ou Zelotes. A declaração foi feita em entrevista ao programa SBT Brasil, da rede SBT. “Não temo (ser preso)”. “Eu duvido que tenha alguém neste país –do pior inimigo meu ao melhor amigo meu, qualquer empresário pequeno ou grande– que diga que um dia teve alguma conversa ilícita comigo”, acrescentou.
O petista ironizou investigações que afetam seus familiares, principalmente o filho Luis Cláudio, e disse que o Brasil está “vivendo neste momento a república da suspeição”. Segundo ele, hoje no país não é necessário ter provas contra um acusado, é preciso apenas suspeitar de alguém para que a pessoa esteja condenada.
Lula, que riu em mais de uma ocasião enquanto o jornalista Kennedy Alencar fazia perguntas sobre denúncias, foi novamente irônico ao ser questionado se nunca fora alertado sobre a corrupção na Petrobras.
“Eu não fui alertado pela gloriosa imprensa brasileira, não fui alertado pela Polícia Federal, eu não fui alertado pelo Ministério Público e eu sou o presidente que mais visitou a Petrobras”, declarou. “Essas coisas você só descobre quando a quadrilha cai”, acrescentou.
Em delação premiada, o lobista Fernando Soares disse ter feito um pagamento de R$ 2 milhões a um amigo do petista, montante que seria destinado a uma nora do ex-presidente. O lobista disse que o dinheiro foi destinado ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.
Além disso, Luis Cláudio, um dos filhos do ex-presidente, foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Zelotes. Na operação, que apura esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), foi preso Mauro Marcondes, sócio da Marcondes e Mautoni. Em 2014, o escritório contratou a empresa de Luiz Cláudio por R$ 2,4 milhões.
“Soberba”
Na entrevista ao SBT, Lula também afirmou que seu antecessor na presidência, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tem “problema de soberba”. “O FHC sofre com o meu sucesso”, disse.
Questionado sobre uma fala de FHC, que o classificou como um político encantado pelas delícias do poder, Lula citou o escândalo da compra de votos para a emenda da reeleição, em 1997. (agência Folhapress)
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