O lobista João Augusto Rezende Henriques, novo delator da Operação Lava Jato, afirmou ter feito repasses para um conta do exterior que teriam como beneficiário o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. É o segundo delator da Operação a citar o peemedebista. Em julho, o lobista Júlio Camargo relatou ter pago propina a Cunha.
Henriques, de acordo com a investigação da Polícia Federal, atuaria como homem de confiança do PMDB junto à Diretoria Internacional da Petrobras, principal empresa investigada pela Lava Jato.
De acordo com o depoimento, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o valor se refiria a um contrato da Petrobrás para exploração de petróleo em Benin, país africano próximo à Nigéria. Segundo Henriques, uma comissão foi transferida para uma conta no exterior a pedido de uma pessoa chamada de Felipe Diniz. Posteriormente, o lobista descobriu que o titular da conta era o hoje presidente da Câmara. Ele não soube explicar porque foi pedido que a transferência fosse feita àquela conta e afirmou que nunca se encontrou com Cunha.
O depoimento de Henriques, por citar um detentor de foro privilegiado, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Ministério Público da Suiça informou, segundo o jornal Folha de S. Paulo, que Henriques também está sendo investigado no País.
Procurado pela Folha de S. Paulo, Cunha não quis comentar o depoimento. "Lava Jato também é com o meu advogado. Não vou falar", disse em um evento na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
JÚLIO CAMARGO
Em julho, o lobista Júlio Camargo relatou que também teria pago propina a Cunha. De acordo com o ele, o peemedebista teria recebido para facilitar a assinatura de contratos de afretamento de navios sonda entre a Samsung Heavy Industries e a diretoria de Internacional da Petrobras. Pelo contrato de US$1,2 bilhão, Cunha teria embolsado mais de U$40 milhões.
Na época do contrato, o diretor internacional da Petrobras era Nestor Cerveró, que teria negociado o contrato com o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB dentro do esquema da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. Ele, Cerveró e Baiano foram condenados pela 13ª Vara Federal de Curitiba, em agosto, a 12, 16 e 14 anos respectivamente. Camargo, entretanto, cumprirá a pena em regime aberto diferenciado.
Redação O POVO Online
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