Pode parecer inusitado, mas Silvio Santos e Edir Macedo serão sócios.
De acordo com informações do colunista Daniel Castro, do site Notícias
da TV, as emissoras Record, SBT e RedeTV! estão se unindo para a criação
de uma empresa para negociar a venda de seus sinais para a TV por
assinatura.
A ideia é que, no começo, essa empresa cobre das
operadoras pelo carregamento dos canais digitais das três redes.
Posteriormente, poderiam ser lançados canais exclusivos para assinantes -
algo que já acontece a Globosat, a Turner e a Discovery Communications.
A
empresa se chama Newco e ainda não saiu do papel. Em julho, Record, SBT
e RedeTV! comunicaram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) a criação da joint venture (associação entre diferentes
empresas em uma nova empresa). As três redes terão partes iguais, porém,
a remuneração será de acordo com o valor de cada uma delas estipulado
pelas operadoras.
Segundo o site, as três redes pediram a
aprovação da sociedade em rito sumário, mais rápida, sem a análise
aprofundada de impacto no mercado. Entretanto, a Associação Brasileira
de Televisão por Assinatura (ABTA) e a Sky apresentaram contestações e
querem que o processo siga em rito ordinário. Caso isso aconteça, a
joint venture pode levar anos para ser aprovada. Como argumento para
fundamentar o pedido, a ABTA e da Sky dizem que a junção das três redes
pode acarretar no aumento dos preços das mensalidades de TV por
assinatura.
Essa argumentação se deve ao fato de que, como explica
a reportagem do site, Record, SBT e RedeTV! avaliam que, juntas, terão
mais força para cobrar das operadoras de TV paga. Hoje, elas cedem de
graça seus canais e consideram que isso não é justo, uma vez que são
responsáveis por cerca de 20% da audiência no cabo e no DTH (TV paga via
satélite).
No Cade, as redes argumentaram que a nova empresa não
acarretará uma "sobreposição horizontal" no mercado, já que atuam em um
mercado distinto do da Newco. São empresas de radiodifusão, que vivem de
publicidade, enquanto a nova empresa atuará no segmento de TV paga.
Por questões legais, as três emissoras não podem se manifestar oficialmente à imprensa durante a tramitação do processo.
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