quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Ricardo Boechat desabafa sobre depressão: 'A pessoa morre ficando viva'

O jornalista Ricardo Boechat, de 63 anos, fez um relato pessoal e franco nesta quinta-feira (27). O âncora do Jornal da Band e da Rádio BandNews FM relatou que, há uma semana, sofreu um ‘colapso’ momentos antes de entrar no ar.
Ao ir ao médico, descobriu estar com sintomas de um surto depressivo. “Quem cai em um quadro desses perde qualquer condição de ficar ativo, de pensar as coisas mais simples. É como se a pessoa morresse ficando viva”, desabafou.
O jornalista disse ter ficado sensibilizado pela quantidade de pessoas que sofrem do mesmo mal. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)a depressão afeta cerca de 340 milhões de pessoas pelo mundo e causa 850 mil suicídios por ano em todo o mundo.
No Brasil, são cerca de 13 milhões de depressivos, segundo a OMS. De acordo com oIBGE, 7,6% dos adultos brasileiros já foram diagnosticados com depressão, com predominância em pessoas da região Sul do País.

Boechat aproveitou a oportunidade, ao falar da própria depressão, para passar uma mensagem positiva aos muitos que sofrem do mesmo problema.
“Fica claro que é importante não esconder a depressão, não tratá-la na clandestinidade. É importante aceitá-la e combatê-la, e todo o silêncio de todo o doente e de quem está a sua volta dificulta a recuperação. E essa necessidade de não fazer segredo, além da sinceridade que faço questão de manter na relação com os ouvintes, é a razão deste depoimento pessoal que estou dando para vocês”.
O jornalista da Band disse ainda que, segundo os médicos, ele sofreu por “ter puxado a corda demais”, ao “fazer mais coisas do que poderia”.
“(A depressão) não significa apenas um dia ruim, um contratempo ou momentos de desânimo, ansiedade, que são coisas que todos temos. A depressão é muito mais que isso e muito mais séria: é uma aflição tão séria que restringe a capacidade de uma pessoa funcionar plenamente. É um abismo mental, tão profundo que ninguém pode achar que vai se safar apenas endireitando os ombros ou pensando coisas positivas”.
Por fim, Boechat disse esperar que a sua lição ajude “apenas a um único ouvinte”. Se isso acontecer, para ele, já terá valido a pena.
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