Datafolha: 67% dos brasileiros são contrários à reeleição

O desgaste e as frustrações com o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff contribuíram para os brasileiros se oporem à tese da reeleição. Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada, nesta terça-feira (23/06), aponta que 67% dos entrevistados são contrários a um novo mandato para presidente da República.

O fim da reeleição para presidente da República, Governador de Estado e Prefeito foi aprovado, por 452 votos a 19, em primeiro turno, pela Câmara Federal, dentro do pacote da reforma política. Para se tornar lei, o fim da reeleição precisa ser aprovado em segundo turno pela Câmara e depois, em dois turnos, pelo Senado.

Os brasileiros, também, querem derrubar o voto obrigatório – proposta, porém, mantida, pela Câmara dos Deputados. O Datafolha, na mesma pesquisa sobre o fim da reeleição, apurou que a rejeição ao voto obrigatório saiu de 54% para 66% desde outubro de 2014.

De acordo com o Instituto Datafolha, o apoio maciço ao fim da reeleição é inédito. Na primeira pesquisa sobre o tema, em 2005, 65% foram a favor do direito do presidente concorrer a um novo mandato. Era véspera do ano eleitoral que teria o então presidente Lula concorrendo mais uma vez.

Com dois anos depois da reeleição de Lula, o apoio à reeleição recuou sete pontos, mas continuava sendo uma opinião compartilhada por mais da metade do eleitorado. Agora, com a presidente Dilma Rousseff recém-reeleita batendo recorde de rejeição (65% a desaprovam), segundo o Datafolha, somente  30% são favoráveis à reeleição.

A rejeição à repetição de mandatos pulou de  39% para 67% desde o último estudo. O Diretor-geral do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, vê na antipatia à classe política um dos motivos para mudanças de opinião dos brasileiros sobre a reeleição. ‘’A rejeição a Dilma pesa, mas não só. Há um contexto muito forte de rejeição geral à política, que vem desde junho de 2013″, afirmou Paulino.

Quanto ao tempo de mandato, o Datafolha apurou que a maioria dos brasileiros  (53%) é favorável a cinco anos para todos os cargos eletivos, como aprovado pela Câmara. O Datafolha ouviu 2.840 pessoas nos dias 17 e 18 de junho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.