Camilo Santana recebeu nesta quinta-feira (21), no Palácio da Abolição, representantes do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec) |
O governador Camilo Santana recebeu nesta quinta-feira (21), no Palácio da Abolição, representantes do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec). Na ocasião, o governador ressaltou que as ações emergenciais já estão sendo tomadas. “Autorizamos R$ 60 milhões para tudo que os hospitais pediram. R$ 20 milhões por mês nos próximos 90 dias. Autorizei contratar leitos de retaguarda”, disse. No entanto, ponderou que ações de longo prazo, como o formato da contratação de concurso público, precisam de diagnóstico e planejamento. “Estou contratando uma consultoria externa para fazer um diagnóstico mais forte e minha ideia é que possamos construir nos próximos 60 a 90 dias esse balanço para traçar os caminhos para o nosso Estado. A nossa auditoria vai ser clara com relação a isso, otimizar mais os recursos, diminuir o desperdício”, explicou.
Camilo reforçou ainda o compromisso para suprir as necessidades com o setor, de forma compartilhada entre Estado, Municípios e União. Dentre as medidas, está a criação de um comitê para avaliar de forma profunda a questão da saúde. “Com esse comitê e esse diagnóstico (auditoria), nós vamos planejar quais são os caminhos que nós precisamos traçar para o Ceará. Vamos envolver todos nesse processo de discussão, municípios, União, Estado, as entidades de classe”, disse.
O governador afirmou ainda que não tem medido esforços para reivindicar, junto ao Governo Federal, medidas para remediar os problemas: “Estive com a presidenta Dilma, apresentei todos os números da Saúde no Ceará. Mostrei a discrepância que existe nos números em relação aos últimos oito anos. Estarei na semana que vem com minha equipe para averiguar porque o Ceará é apenas o 22º estado em repasse de média e alta complexidade do SUS. Há necessidade de mais recursos, de olhar para essa área com mais delicadeza”.
Investimentos
Durante o encontro, Camilo apresentou a evolução dos investimentos realizados pelo Governo do Estado, desde 2006 até agora. Durante todo o ano de 2014, foram investidos cerca de R$ 1,5 bilhão. Somados aos R$ 404 mihões oriundos do SUS, são aplicados no setor R$ 1,88 bilhão no Ceará.
O governador relembrou o fato de que o Brasil passa por um subfinanciamento para a Saúde pelo Governo Federal. Atualmente, o Estado é responsável por arcar com 78% do que é gasto na Saúde do Ceará. Em 2006, a cada R$ 1 repassado pela União, a proporção era de R$ 1 investido pelo Estado na Saúde. Já em 2015, a proporção aumentou para R$ 4 gastos pelo Estado a cada R$ 1 aplicado pela União no setor. Ou seja, enquanto os investimentos do Estado na área cresceram 412%, de 2006 a 2014, da União aumentou 61%.
Ainda assim, Camilo frisou que de janeiro a abril de 2015, foram investidos cerca de R$ 50 milhões a mais em comparação com o mesmo período de 2014 e houve um aumento de 52% no número de leitos no Ceará. Ele lembrou que o Estado é referência em todo o Brasil, dispondo de três hospitais regionais (Norte, Cariri e Sertão Central), 19 policlínicas (três estão em conclusão, em Canindé, Maracanaú e Crato), 22 UPAs 24h (mais duas serão inauguradas até julho deste ano) e 19 CEOs, além da rede de atendimento de Fortaleza.
O Ceará investe 15,77% do Orçamento em Saúde, superior a estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, que aplicam em torno de 12%, percentual obrigado por lei.
Reunião
Além de apresentar os investimentos em saúde pública pelo Estado e citar medidas emergenciais, como a liberação de mais leitos de retaguarda, Camilo Santana ouviu as demandas dos médicos. “Trabalho em um Governo de maneira aberta, com diálogo. A partir do momento que passa a eleição, sou governador de todos os cearenses. Sabemos o quanto é delicado o assunto da saúde. Antes de tudo, sou servidor público, meu interesse é servir, conversar, saber mais sobre interesse do médico, medicina preventiva e outras questões”, disse o governador.
Os representantes do Simec concordaram e disseram que querem fazer parte do comitê. “As ações emergenciais que eles sugeriram é praticamente o que já estamos fazendo. Contratar mais leitos de retaguarda, olhar um pouco para a gestão interna e nossos equipamentos”, afirmou Camilo que citou também o estudo da criação da central de medicamentos.
Participaram do encontro o secretário-chefe do Gabinete do Governador do Estado, Élcio Batista; o secretário-chefe da Casa Civil, Alexandre Landim; o secretário da Saúde, Henrique Javi; o secretário da Fazenda, Mauro Filho; o secretário do Planejamento e Gestão, Hugo Figueirêdo; e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, José Albuquerque.
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