Fernando Hugo discursou na Assembleia Legislativa, após o deputado Professor Teodoro passar mal e ceder o seu tempo ao colega
FOTO: FABIANE DE PAULA
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O deputado Fernando Hugo defendeu, ontem, que a Câmara Federal acelere a tramitação do projeto sobre a reformulação do ensino médio. O parlamentar discursou na tribuna da Assembleia Legislativa, após ter o tempo cedido pelo deputado Professor Teodoro, que voltou a passar mal na tribuna da Assembleia Legislativa enquanto esperava para se pronunciar.
Teodoro ameaçou cair e foi socorrido por deputados, entre os quais os médicos Carlos Felipe (PCdoB), Silvana Oliveira (PMDB) e Fernando Hugo (SD), e atendido pela enfermeira plantonista da Casa. Após ser levado à sala da presidência, foi direcionado ao hospital mais próximo.
Teodoro já havia passado mal na tribuna da Casa no dia 27 de novembro do ano passado, após realizar seu pronunciamento. Segundo informações da assessoria do deputado, ele estava se queixando de dores no tornozelo e, após ficar um longo período em pé aguardando sua vez de falar, não suportou o peso e foi caindo. Após exames para investigar se houve fratura, Teodoro passa bem. Na outra ocasião, teve uma queda de pressão.
Requerimento
Depois do ocorrido, o tempo de Teodoro foi cedido ao deputado Fernando Hugo, que destacou um requerimento para o envio de ofício à Câmara dos Deputados solicitando agilidade na apreciação do projeto que garante a reformulação do ensino médio. "Tem sala que começa o ano com 40 alunos e termina com cinco", alertou.
Segundo Hugo, o projeto que tramita na Câmara Federal sobre o assunto propõe que, além da formação em linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas, as escolas de ensino médio incluam nos currículos temas transversais, entre as quais a prevenção ao uso do álcool e de drogas, educação ambiental, educação no trânsito e espiritualidade. "É preciso o aluno se formar não só nas matérias básicas, mas sair da sala cada dia como cidadão melhor", opina.
Em relação aos temas, o deputado destacou a importância de conscientizar os estudantes a respeito das consequências do uso de drogas e defendeu a oferta de uma formação espiritual. "São aulas que não obrigam ninguém a acreditar em Deus nenhum, mas que trabalham em cima da espiritualidade do bem", disse. "E também a educação sexual, tão deixada de lado ultimamente, que foi entregue de uma forma completamente permissiva pela internet", complementou.
Para o deputado, apesar dos avanços conquistados em relação à educação pública, a qualidade do ensino ofertado não evoluiu. "É uma situação que inquieta a todos nós por não haver uma melhoria na educação. Há em pontos esparsos, aqui e acolá, como em Sobral, quando a vice-governadora Izolda Cela estava como secretária da Educação e serviu de inspiração a um programa nacional. Mas, em geral, não melhorou", destacou.
Sancionado
Em aparte, a deputada Bethrose (PRP) ressaltou que em junho de 2014 foi sancionado o Plano Nacional de Educação, mas ponderou que, para que ele funcione efetivamente, é necessário discutir a participação adequada de cada estado e município. "Só ontem (quinta-feira, 16) foi criada na Câmara essa frente parlamentar em defesa da implementação do Plano, quase um ano depois de sancionado", criticou.
O deputado Roberto Mesquita (PV), por sua vez, lembrou que, na década de 1970, 50% da população brasileira era considerada analfabeta. "Tivemos grandes avanços no ensino público, como a merenda escolar obrigatória, fardamento, transporte, as construções de Liceus, a criação do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), mas com todos esses avanços possuímos apenas ilhas de excelência na educação, visto a grande evasão de alunos no ensino médio", apontou o parlamentar.
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