domingo, 19 de abril de 2015

Morre Jaime Aquino, fundador da Cione, maior exportadora de caju do País

Jaime Tomaz de Aquino, fundador da Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (Cione)
Jaime Tomaz de Aquino, fundador da Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (Cione)
Morreu nesta quinta-feira, 16, aos 91 anos, o empresário e fundador da Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (Cione), Jaime Tomás de Aquino. O velório será realizado na própria fábrica da Cione, na avenida Mister Hull, a partir das 7 horas desta sexta-feira, 17.

Segundo o advogado da família, Max Dantas, Jaime estava internado desde a última terça-feira, 14, com um quadro de infecções que evoluiu para uma pneumonia. O empresário faleceu nesta quinta por volta das 17 horas, no hospital Monte Klinikum.

O presidente do Sindicato dos Produtores de Caju do Ceará, Paulo de Tarso Meyer, amigo de Jaime há mais de 30 anos, contou que esteve com ele na última semana e que o empresário já apresentava sinais de cansaço. Paulo ressalta que mantinha contato constante com o amigo, uma das pessoas que mais entende de cajueiro no Estado do Ceará, afirma. Para Paulo, Jaime “efetivamente mereceu ter tudo o que tem”.


Para o deputado estadual, Carlos Matos (PSDB), Jaime é um ícone cearense do agronegócio. “Ele soube combinar a capacidade de produzir e industrializar. Fez isso com maestria enorme sempre. Usou a tecnologia e paixão para se destacar no negócio. Criou alternativas para aplicação do caju, mas sem perder a expressão no segmento”, declarou.

Matos ressaltou ainda a longevidade da Cione. “Muitas empresas ficaram no meio do caminho. Ele não. Parecia ter um grande sentido de missão, para além do objetivo de gerar lucro”.

A Cione é a maior exportadora de castanha de caju do Brasil, responsável por sete mil empregos diretos no Ceará.

Em nota, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) lamentou o falecimento de Jaime Aquino, ressaltando sua trajetória profissional. "Empresário diferenciado, tendo figurado entre os maiores do mundo em seu setor, e líder sindical dos mais ativos por vários anos, atuando com responsabilidade e compromisso no Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindicaju) e na FIEC, Jaime Aquino foi um dos agraciados com a Medalha do Mérito Industrial e deixa um legado de inovação e empreendedorismo".

Sequestro
No dia 13 de março de 2006, Jaime foi sequestrado no Centro de Fortaleza. O empresário passou quatro dias em cativeiro, e foi liberado em Pacatuba, Região Metropolitana, após pagamento de resgate.

Família
Jaime nasceu em 26 de março de 1924, no município de Jaguaribe, era casado e não deixou herdeiros. 
Ficou órfão de pai e mãe aos 15 anos, e foi cuidado por Dom José Terceiro de Sousa, vigário da cidade de Pereiro. Trabalhou como caminhoneiro pelo Nordeste do Brasil e iniciou os negócios vendendo sacas de castanha nas confeitarias e fábricas de chocolates.

Enterro

No  sábado, 18, o corpo será levado para o município de Pereiro, onde foram enterrados os pais de Jaime.

Cinthia Freitas, especial para O POVO

colaborou repórter Andreh Jonathas

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