sábado, 28 de março de 2015

Renato Janine Ribeiro sucede Cid na Educação

O professor da USP foi um dos primeiros cotados para o MEC quando se revelou a intenção de Dilma de optar por um perfil técnico
O professor da USP foi um dos primeiros cotados para o MEC quando se revelou a intenção de Dilma de optar por um perfil técnico
FOTO: FERNANDA OLIVEIRA
Brasília. Enfrentando problemas com a articulação política no Congresso Nacional e em um dia marcado por notícias negativas na economia, a presidente Dilma Rousseff (PT) articulou a definição de três novos ministros ontem.

Ela nomeou um acadêmico para substituir na Educação um político que saiu após brigar no Congresso, pôs um petista para comandar a comunicação do governo e escolheu para o Turismo um nome para tentar se reconciliar com a ala do PMDB na Câmara, onde seu governo tem enfrentado algumas derrotas.

A Presidência confirmou, ontem, o filósofo e professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo (USP) Renato Janine Ribeiro para assumir o comando do Ministério da Educação (MEC). A posse está programada para acontecer no dia 6 de abril.

Ele assume a vaga deixada pelo ex-governador do Ceará Cid Gomes (Pros), que pediu demissão do cargo no dia 18 de março após desavenças com o Congresso Nacional. Desde a conturbada saída de Cid, o comando da Educação estava interinamente nas mãos de Luiz Cláudio Costa, secretário-executivo da Pasta.

O ministro anterior desentendeu-se com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao atender a uma convocação para se explicar no plenário da Casa sobre uma declaração na qual disse que há "uns 400 deputados, 300 deputados" achacadores. A fala ocorreu em Belém, no final de fevereiro, durante visita à Universidade Federal do Pará.


Currículo

O próximo ministro tem formação em Filosofia pela USP, mestrado pela Université Paris I Pantheon-Sorbonne, doutorado pela USP e pós-doutorado pela British Library. Tem 18 livros editados, além de inúmeros ensaios e artigos em publicações científicas. Ribeiro foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1993-1997), do Conselho da SBPC (1997-1999), secretário da SBPC (1999-2001) e diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Ele já vinha cuidando da transição na pasta com auxiliares do MEC. Ribeiro foi um dos primeiros nomes especulados para assumir o MEC quando se revelou a intenção da presidente de optar por um perfil de um educador, mais técnico, e não por um político para a Pasta.

Em entrevista na edição de março da revista "Brasileiros", Ribeiro criticou o fato de os avanços sociais do País nos últimos anos terem acontecido pela via do consumo e disse que Dilma está isolada porque não dialoga. Ele avaliou também que a presidente e o PT não deram satisfação à população após as manifestações de 15 de março. Para ele, essa é "uma concepção de governo muito inquietante, porque é, no limite, autoritária. Adota as medidas que precisam ser adotadas, mas não explica. E não explica por que prometeu fazer uma coisa e está fazendo o contrário".

O filósofo criticou, ainda, a falta de explicação mais clara do governo às medidas adotadas para o ajuste fiscal e disse que Dilma não dá autonomia aos seus ministros.

A presidente escolheu como lema de seu segundo mandato "Pátria Educadora" e pretende dar mais visibilidade às ações na área nos próximos quatro anos.

Ex-tesoureiro é eleito para Secom

São Paulo. Duas vezes seguidas prefeito de Araraquara (SP) (entre 2001 e 2008), deputado estadual (2010-2014) e presidente do PT no Estado de São Paulo, Edinho Silva foi indicado, ontem, para a Secretaria de Comunicação da Presidência. O sociólogo é conhecido por, em 2014, ter sido escolhido para ser o coordenador financeiro da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, sendo responsável pela aprovação com ressalvas das contas da petista. Ele desistiu de ser candidato a deputado, federal ou estadual, para assumir a tesouraria.

Apesar de ser cotado para a Secom desde o ano passado, Edinho chegou a ser sondado para ser o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), cujo cargo está vago desde fevereiro com a saída do general Fernando Azevedo e Silva. Edinho pediu ao governo, porém, para não enviar seu nome ao Senado Federal por temer rejeição na votação, que é secreta.

Formação

Diferentemente de Thomas Traumann, ministro anterior, que é jornalista, Edinho é sociólogo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara e tem mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O novo ministro afirmou, ontem, que a prioridade no momento é estabelecer diálogo com os veículos para que a informação chegue à sociedade. Silva afirmou ter recebido o convite para suceder Traumann "com muita alegria, mas com muita responsabilidade" e prometeu "honrar a confiança da presidente de Dilma para o cargo", disse logo após deixar o Palácio do Planalto. A posse dele na Secom está marcada para o dia 31 de março, às 11h.

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