A letalidade tem preocupado, em vista do acentuado número de óbitos |
Barbalha. Um estudo divulgado na última semana traz o
município como um dos mais violentos no trânsito de todo o País. Esta
cidade apareceu como a segunda cidade do Brasil com o trânsito mais
letal, com 194,4 mortes por 100 mil habitantes, conforme o relatório "O
Retrato da Segurança Viária 2014", que traça a situação da segurança do
trânsito no Brasil. Barbalha ficou em 2º lugar entre as cidades com mais
de 20 mil habitantes onde mais se morre vítima de trânsito no Brasil.
A pesquisa traz o município com destaque negativo, mas as autoridades
contestam a forma de análise e esclarecem que os dados estatísticos são
mal avaliados. Para o especialista em trânsito na região, Edilson
Marques, os números não são reais e representam as mortes que são
registradas em vários municípios da região do Cariri, inclusive
acidentes que ocorrem em municípios de outros Estados e que Barbalha,
por ser um polo de atendimento hospitalar, acaba recebendo esses
pacientes que terminam morrendo nos leitos de seus hospitais, tendo o
óbito registrado no município.
Dados
As pesquisas são feitas com base em dados oficiais, levando em
consideração muitas vezes apenas onde a pessoa acidentada morreu. Porém
"a maioria dos pacientes que dá entrada nos hospitais locais por conta
de acidentes de trânsito e acabam morrendo, não sofreram o acidente no
município", explica.
Ele revela que outros municípios do Cariri, como Juazeiro e Crato,
registram mais acidentes de trânsito que Barbalha, considerando terem
uma maior frota, consequentemente um maior fluxo de veículos. Barbalha
seria, dos três municípios do Crajubar, os mais tranquilo", afirma.
O dado preocupante, segundo Edilson Marques é que antes a maioria dos
acidentes de maior gravidade ocorria nas rodovias e hoje, dadas as
condições melhores de pavimentação das ruas, as estatísticas de
acidentes graves dentro dos municípios também têm crescido e se devem à
imprudência e negligência dos condutores. De acordo com os dados da
pesquisa, uma das justificativas dessas cidades menores que se destacam
com alto índice da população com motos, é que são cruzadas por rodovias e
têm pouca infraestrutura de trânsito e serviço hospitalar. A
interferência das rodovias nestas cidades e a falta de atendimento
pré-hospitalar, além do próprio hospital municipal, que não tem
estrutura para receber essas vítimas, as tornam mais letais, o que
também não é o caso de Barbalha, que acaba recebendo um grande número de
acidentados por ser referência hospitalar na região.
Os dados apontam, ainda, que entre 2001 e 2012, todas as regiões do
Brasil tiveram aumento nos índices de mortes no trânsito. No Nordeste, o
índice quase dobrou, saltando de 13,7 óbitos por 100 mil para 25,1.
Perigos
O relatório analisou, também, os tipos de veículos que mais se
envolveram em acidentes fatais no País. O Nordeste, apesar de possuir
quantidade total menor de veículos, tem 57,4% a mais de motocicletas que
a região Sul. São 5,11 milhões de motos no Nordeste contra 3,24 milhões
no Sul. Segundo o relatório, acidentes com motos respondem,
proporcionalmente, pela maior parte das mortes viárias do Brasil.
No Nordeste, 43% da frota é composta por motocicletas e 48% dos óbitos
são motociclistas ou pessoas que estavam na garupa de motos. No norte,
47% da frota é moto e 39% é o índice de mortes de motociclistas. No
Centro-Oeste, 30% da frota é de moto e 36% número de óbitos de
motociclistas. No Sudeste, 21% da frota é de motos e 28% o número de
óbitos de motociclistas. Já no Sul, 21% dos veículos são motos e 31% das
vítimas fatais estavam em motos.
Na avaliação do diretor técnico do Observatório Nacional de Segurança
Viária, Paulo Guimarães, a incidência de mortes no trânsito no Nordeste
está ligada diretamente à falta de educação cívica de motociclistas
somada ao crescimento do número de motocicletas.
Capitais
Analisando a distribuição dos óbitos por tipo de usuário no Brasil,
excluídos os casos em que o veículo não foi especificado, o relatório
aponta que a proporção de óbitos de 2001 a 2012 cresceu 140% entre
motociclistas, passando de 15% para 36%. O número de acidentes fatais
envolvendo automóveis manteve-se praticamente estável, de 30% para 31%
e, entre pedestres e ciclistas, diminuiu 42%, de 52% para 30%. Assim
sendo, o motociclista teria o perfil de maior risco do País.
Recife e Fortaleza são as capitais mais violentas no trânsito, de
acordo com a pesquisa. Recife tem 34,7 mortes por 100 mil habitantes e
lidera o ranking, seguida de Fortaleza, com 27,1 mortes por mil
habitantes.
O estudo foi preparado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária
(ONSV) e pela consultoria Falconi e traz dados da Associação Nacional
dos Transportes Públicos (ANTP), da Confederação Nacional do Transporte
(CNT), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
(Datasus), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Organização Mundial da Saúde
(OMS).
Mais informações:
Prefeitura de Barbalha
Rua Princesa Izabel, 187
Centro
Telefone: (88) 3532-2116
www.barbalha.ce.gov.br
Rua Princesa Izabel, 187
Centro
Telefone: (88) 3532-2116
www.barbalha.ce.gov.br
Mirelly Morais
Colaboradora
Colaboradora
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