Como a Capital possui mais casos da doença, a Prefeitura de
Fortaleza mobilizou equipes de agentes para vacinar a população de
diversas áreas da cidade onde foram registrados casos de sarampo
FOTO: JOSÉ LEOMAR
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Apesar das recentes campanhas de vacinação, o sarampo termina janeiro
com novos casos. Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria
da Saúde do Estado (Sesa), 29 novos registros foram confirmados em
janeiro e outros 52 casos estão em investigação.
No Ceará, a Capital registrou a maior quantidade de casos. Desde 2013
até o momento, 327 pessoas tiveram a doença confirmada, além de outros
30 pacientes serem suspeitos de estarem infeccionados com sarampo. A
incidência é de 13,1 ocorrências por cada 100 mil habitantes.
De acordo com o coordenador da Vigilância Epide-miológica do município,
Antônio Lima, a maioria dos casos segue pulverizada em bairros das
Regionais II, V, VI. "Ainda encontramos casos em bairros como o
Jangurussu e o Barroso, na Regional VI; no Grande Bom Jardim, na
Regional V, e no Vicente Pinzón e Cais do Porto, na Regional II.
Contudo, estamos realizando varreduras para que nenhuma criança fique
sem imunização, especialmente na faixa etária de 6 meses a 1 ano, que
pelo calendário antigo não recebia a vacina tríplice viral".
Além de Fortaleza, os municípios cearenses com mais casos de sarampo
são Massapê (127), Sobral (83), Uruburetama (61), Caucaia (19) e
Forquilha (19).
Os principais sintomas da doença são febre, exantema (manchas vermelhas
pelo corpo), conjuntivite e tosse. Três destes sintomas agregados
sinalizam o sarampo.
Prevenção
No intuito de combater o surto de sarampo que atinge a capital
cearense, a Prefeitura de Fortaleza mobilizou agentes de saúde nas áreas
da cidade acometidas pela doença, fazendo visitas para vacinar a
população.
A última sexta-feira foi o dia de "varredura" - termo que caracteriza a
visita em todos os domicílios de uma região - no Quintino Cunha
(Regional III).
Seis agentes de saúde percorreram logradouros na área, batendo de porta
em porta, chamando a população para mostrar as carteiras de vacinação
das crianças, com o objetivo de ver se a imunização estava em dia.
A situação encontrada em cada residência era anotada e encaminhada à
unidade de saúde que assiste à região. Com os dados em mãos, a equipe do
posto agenda outra mobilização, desta vez para o "monitoramento",
quando irão a campo, além dos agentes de saúde, enfermeiro e auxiliar de
enfermagem, para visitar as casas em que foi constatada a falta de
imunização, com o intuito de aplicar as vacinas.
Bloqueio
Quando um caso suspeito é identificado pelas equipes de saúde, é feito o
"bloqueio", que consiste na vacinação de todas as pessoas que têm
contato direto com o paciente. Conforme a articuladora de Atenção
Primária da Regional III, Luciana de Albuquerque, a meta é vacinar 5.200
crianças de até 5 anos na área. Até agora, 33 casos foram confirmados
na região, e outros dois estão em investigação.
Ainda de acordo com Luciana, a aplicação do antígeno só deve ser feita a
partir dos 6 meses de idade. Nos casos de bebês mais novos, é a mãe que
deve ser vacinada, para que a imunidade seja transmitida pela
amamentação.
Segundo a coordenadora de Imunizações do Município, Vanessa Soldatelli,
o calendário regular de vacinação estipula que a imunização contra o
sarampo deve ser feita em duas doses: a primeira com 1 ano de idade, e a
segunda, com 1 ano e 3 meses. Por causa do surto na cidade, crianças a
partir dos seis meses também devem tomar o antígeno, totalizando três
aplicações.
"Pode ocorrer de pessoas que só tomaram uma dose ficarem doentes, por
causa de uma falha primária, que só é corrigida quando se toma a segunda
dose. Por isso a importância do reforço", salienta Vanessa.
Bruno Mota/Kelly Garcia
Repórteres
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