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Odete Lara em "Antônio das Mortes", de Glauber Rocha. A "deusa loura" das telas faleceu na última quarta, dia 4 |
Uma das musas do cinema brasileiro, a atriz Odete Lara morreu nesta
quarta-feira, 4, no Rio, aos 85 anos, dormindo. Ela estava num asilo e
foi encontrada já sem vida pela manhã. Segundo amigos, seu quadro
ultimamente era de debilidade física e depressão. O corpo foi sepultado
ontem, dia 5, em Nova Friburgo, cidade da Região Serrana do Rio que
Odete amava e na qual viveu por 40 anos, num sítio em que acolhia
praticantes de meditação. "Odete era budista e achava que já tinha
completado seu ciclo, não via mais por que continuar. Há uns dez anos
saiu de Friburgo para o Rio, porque estava isolada e, com a idade, era
melhor ficar aqui. Minha mulher, Leticia, que cuidava dela. Ela estava
deprimida; agora, descansou", contou o cineasta Antonio Carlos Fontoura.
Ele foi casado com a atriz entre 1965 e 1968 e, depois disso, eles
continuaram amigos. Sem parentes próximos, a atriz passou a ser amparada
pelos muitos amigos.
Eles se cotizavam para ajudar em tratamentos de saúde e lhe fazer
companhia. Mobilizaram-se quando ela fraturou um fêmur, o que acabaria
por prejudicar sua mobilidade e lhe entristecer. Sozinha no mundo desde
que pai e mãe se mataram (a mãe, quando ela tinha 6 anos; o pai perdeu
aos 18), Odete nunca quis ter filhos - dizia não ter espírito maternal.
Musa
Ex-modelo e garota-propaganda nascida em São Paulo em 1929, foi uma das
mulheres mais bonitas da história do cinema nacional, com uma
trajetória de mais de 30 filmes.
A "deusa loura" das telas fez-se figura feminina marcante do cinema novo e também da bossa nova.
No cinema, Odete trabalhou com diretores como Anselmo Duarte
(Absolutamente Certo) e Glauber Rocha (O Dragão da Maldade Contra o
Santo Guerreiro). Sua atuação considerada mais memorável é a de Noite
Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri, em que ela e Norma Bengell
(1935-2013) viveram duas prostitutas de luxo.
Roberta Pennafort
Agência Estado
Agência Estado
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