Carlos Mesquita, que já foi presidente da sigla na Capital cearense. |
A comissão de ética do PMDB no Ceará ainda não concluiu as ações do
processo disciplinar contra filiados da legenda acusados de infidelidade
partidária no ano passado, durante as eleições, uma vez que não
apoiaram o candidato ao Governo do Estado derrotado, Eunício Oliveira,
que é presidente da sigla. Dentre os acusados está o vereador de
Fortaleza Carlos Mesquita, que já foi presidente da sigla na Capital
cearense.
A vice-prefeita de Barbalha, Betilde Correia, e os prefeitos de Nova
Russas, Gonçalo Diogo, e de Santa Quitéria, Fabiano Mesquita, também
foram notificados, informa a comissão de ética do partido. Os
peemedebistas são acusados de descumprir a determinação da legenda e
podem sofrer punições, incluindo a expulsão do grêmio.
De acordo com o presidente da comissão de ética do PMDB, Marlon
Cambraia, outros filiados correm o risco de sofrer a pena, já que há
indícios de infidelidade partidária. O deputado federal Aníbal Gomes
(PMDB) está entre os parlamentares que poderão ser notificados pela
sigla devido às posições que têm tomado logo após o término do pleito
eleitoral do ano passado.
No entanto, a presidência da comissão de ética preferiu não dar
detalhes sobre os possíveis infieis a serem notificados. Segundo o
vice-presidente estadual do PMDB, Gaudêncio Lucena, a prefeita de Tauá,
Patrícia Aguiar, ainda não foi representada, mas o dirigente acrescentou
que haverá ação contra ela e outras lideranças que "ostensivamente
ficaram contra as determinações do partido".
Conforme Gaudêncio, a comissão de ética do PMDB aguarda o retorno da
defesa dos que já foram notificados e, logo após essa fase, outros serão
representados. Ele saiu em defesa do deputado estadual eleito Agenor
Neto (PMDB), alegando que o parlamentar não está na lista de infieis,
pois apoiou o candidato Eunício Oliveira no primeiro e segundo turnos da
eleição passada. "Ele foi corretíssimo e está fora de cogitação
qualquer hipótese de ação contra ele", disse.
Notificação
Segundo o vice-presidente do PMDB, alguns filiados do partido
ingressaram com pedido ao diretório do grêmio para abertura de
representação na comissão de ética para apurar infidelidade partidária.
"Eles fizeram notificação através dos Correios, e não poderia ser feito
dessa forma. Então foi encaminhado a cada uma das pessoas, porque elas
têm que ser notificadas pessoalmente", explicou Gaudêncio Lucena para
justificar a demora no resultado dos processos.
"Depois de notificadas, elas têm 30 dias para apresentar defesa, o
amplo direito de defesa e do contraditório. Eu, exercendo a presidência
do PMDB, encaminhei à comissão de ética. A pessoa tem 30 dias para
apresentar a defesa para que a comissão dê prosseguimento", diz. A
comissão de ética do PMDB é formada por cinco membros e cada um fica com
uma ação para relatar.
O presidente do grupo, Marlon Cambraia, está relatando o processo
contra a vice-prefeita de Barbalha e aponta que ela deve ser notificada
nos próximos dias. Segundo ele, o processo está na fase embrionária,
porque, apesar de os denunciados terem sido notificados há mais de um
mês, as festas de fim de ano teriam atrapalhado o andamento do processo.
Inicialmente, informa, apenas seis peemedebistas foram notificados.
O vereador Carlos Mesquita, um dos representados no processo de
infidelidade partidária, afirmou ao Diário do Nordeste que ainda não foi
notificado e declarou que o vice-presidente da legenda, Gaudêncio
Lucena, "foi a pessoa mais infiel ao Eunício na campanha", porque teria
"afastado" todos os amigos do candidato derrotado, que deixaram de
trabalhar na campanha. "Não houve empenho porque o Gaudêncio afastou os
amigos do Eunício. Ele (Gaudêncio) foi o maior eleitor do Camilo. Ele é
quem deveria ser notificado por infidelidade partidária", critica.
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