segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Hanseníase Estado registra 2.400 novos casos por ano

A campanha
A campanha "Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se curar" alerta para a necessidade do diagnóstico precoce
Foto: Natinho Rodrigues
 
O Ceará registra, a cada ano, uma média de 2.400 novos casos de hanseníase. Somente em 2014, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 1.595 pessoas adquiriram a doença. Embora ainda seja alto, este número já representa um redução de aproximadamente 40% em relação ao total de diagnósticos realizados há cerca de uma década. A enfermidade, que ainda vive tempos de preconceito e estigma, é curável, recebe tratamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e o atendimento começa pelos postos de saúde da atenção básica.
O quadro da enfermidade no Ceará foi destaque na semana passada dentre as ações que marcaram o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, ocorrido ontem. Neste ano, o Ministério da Saúde lançou a campanha "Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se curar", que alerta para a necessidade do diagnóstico precoce.
No ano passado, houve notificação de casos em 164 dos 184 municípios. A taxa de detecção da doença no Estado foi de 18,5 ocorrências para cada 100 mil habitantes. De acordo com a Sesa, esse coeficiente está em queda desde 2001, quando, a cada 100 mil pessoas, 34,7 descobriam ter hanseníase.

Combate
Segundo a articuladora estadual do Programa de Hanseníase da Sesa, Gerlânia Martins, em 2014 o órgão optou por realizar uma série de ações com o intuito de divulgar formas de prevenção e informações sobre o tratamento da infecção, o qual, de acordo com o diagnóstico, pode levar de seis a 12 meses.
No último dia 21, a iniciativa promoveu uma vasta programação para marcar a mobilização, com exibição de filmes e rodas de conversas com profissionais de saúde do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia. Também neste ano, a fachada da sede da Sesa foi iluminada com as cores marrom, vermelho e bege, que, além do branco, representam os tons das manchas provocadas pela doença. "Nosso principal objetivo é informar sobre os primeiros sintomas da redução, que é a apresentação das manchas com tonalidades de acordo com a cor da pele e, principalmente, a ausência de sensibilidade, especialmente térmica, uma vez que fica comprometida a percepção entre o quente e o frio", afirmou Gerlânia.
Transmissão
A enfermidade não é hereditária, conforme já se pensou no passado, e, sim, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. A transmissão se dá por vias aéreas e a evolução da doença depende de características do sistema imunológico da pessoa contaminada.
Também conhecida como lepra, a hanseníase possui um longo histórico de discriminação, já tendo sido considerada uma praga. No Ceará, houve, inclusive, a formação de colônias isoladas para abrigar pacientes, que ainda existem até hoje.
A hanseníase é doença considerada endêmica em todo o Brasil, com prevalência de 1,42 casos por 10 mil habitantes. Em 2014, a taxa de detecção geral foi de 12,14 por 100 mil habitantes, correspondendo a 24.612 casos novos da doença no País.
O Ministério da Saúde estabelece como compromisso alcançar a meta de menos de um caso por 10 mil habitantes, com o aumento da detecção precoce e cura das ocorrências.

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