quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Governo discute plano de segurança pública

De acordo com César Barreira, coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), que participará das reuniões, somente a presença de policiais nas ruas não é suficiente, há a necessidade de políticas específicas para a juventude
De acordo com César Barreira, coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), que participará das reuniões, somente a presença de policiais nas ruas não é suficiente, há a necessidade de políticas específicas para a juventude
Os altos índices de homicídios e a sensação generalizada de insegurança fazem com que esta seja um dos pontos mais vulneráveis da administração pública. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Ceará teve, em 2013, a segunda maior taxa de homicídios do País. A média é de 48,3 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, atrás apenas de Alagoas, cujo índice foi de 64,7. Para debater o tema e traçar um conjunto de ações intersetoriais para os próximos quatro anos de governo, será realizada às 9h de hoje, no Palácio da Abolição, a primeira reunião do Ceará Pacífico - plano de governo anunciado durante as eleições de 2014.
Nos próximos 90 dias, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Laboratório de Estudos da Violência (LEV), da Universidade Federal do Ceará (UFC), irão discutir, juntamente com o governador, Camilo Santana; a vice-governadora, Izolda Cela; o chefe de gabinete, Élcio Batista; o chefe da Casa Civil, Alexandre Landim e o secretário de Segurança Pública, Delci Teixeira, uma proposta para o programa Ceará Pacífico, que deverá ser implantado nos próximos quatro anos. Algumas medidas serão tomadas de imediato, mas outras, a médio e longo prazos.

Na visão de César Barreira, coordenador do LEV, a segurança pública ultrapassa a questão de polícia, envolvendo vários segmentos da sociedade. Para ele, deve haver uma articulação interna que envolva a Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Municipal, Bombeiros e Perícia Forense, além de um planejamento externo que compreenda outras secretarias, a exemplo da Educação, Saúde e Trabalho.
"Não adianta simplesmente se trabalhar com mais policiais nas ruas. Eles precisam estar lá, mas essa presença tem que ser articulada. Não adianta ter um policial em cada esquina, precisamos ter nas horas, locais e momentos mais críticos", frisa. O especialista acrescenta a importância de se ter ações específicas para a juventude, que passam, necessariamente, pelo investimento em escolas em tempo integral para tirar jovens das ruas e da ociosidade, iniciativas de esporte, cultura e arte, e uma consciência urbanista da cidade, com espaços mais iluminados.
"Devem ser políticas articuladas e não pontuais. Não podemos mais conviver com essa sensação de insegurança e com essas elevadas taxas de homicídios", salienta Barreira.
Sistema
Com o programa Ceará Pacífico, acrescenta o chefe de gabinete, espera-se que, ao longo dos próximos quatro anos, se consiga reduzir os índices de criminalidade, melhorando o serviço de inteligência e o sistema de segurança pública. "O que a gente pretende é que a qualidade de vida nos municípios cearenses melhore a partir desta ação intersetorial", frisa Élcio Batista. Mas, para isso, destaca, é preciso que haja ampla participação popular.
O Ceará Pacífico será coordenado por Camilo Santana e por Izolda Cela. Neste primeiro momento, duas áreas serão prioritárias: o Ceará Pacífico e o Ceará Saudável. Os outros cinco "Cearás": Sustentável, de Oportunidades, Democrático, Acolhedor e de Conhecimento, como detalha o plano de governo, serão estruturados a partir destes dois primeiros.
Luana Lima
Repórter

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