As áreas de conhecimento com o maior número de erros foram
clínica médica, ciências básicas e pediatria, explicou o presidente do
Conselho
Foto: ALEX COSTA
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São Paulo. Mais da metade dos recém-formados em
medicina no Estado de São Paulo foram reprovados no exame do Conselho
Regional de Medicina (Cremesp) de 2014, segundo resultados divulgados
pelo órgão ontem. Dos 2.891 egressos de escolas médicas paulistas que
passaram pela prova, 55% não conseguiu atingir o porcentual mínimo de
acertos, de 60%.
O índice de reprovação é levemente inferior ao do exame de 2013, quando
59% dos candidatos foram reprovados, mas ainda é considerado
preocupante pelo conselho.
"É uma surpresa desagradável saber que os alunos saem da faculdade sem
saber coisas básicas. E ao mesmo tempo nos dá uma sensação de impotência
porque não podemos impedir que esse profissional incompetente exerça a
profissão", diz Braulio Luna Filho, presidente do Cremesp.
Ele se refere ao fato de que, pela legislação brasileira, para
conseguir o registro do órgão, basta que o recém-formado participe do
exame, independentemente do seu desempenho.
Para o conselho, a principal causa do desempenho ruim dos egressos é a
baixa qualidade da formação médica. "As escolas nem sempre têm corpo
docente qualificado, hospital escola, laboratórios, biblioteca", diz
Renato Azevedo, diretor primeiro-secretário do Cremesp. As áreas de
conhecimento com o maior número de erros foram clínica médica, ciências
básicas e pediatria. "São exatamente as áreas que esses novos médicos
vão trabalhar quando saem da graduação. Esses profissionais mal formados
geralmente não passam na prova da residência e vão atender em
pronto-atendimentos ou pronto-socorros", diz Luna Filho.
Faculdades
Os alunos vindos de universidades públicas tiveram melhor desempenho do
que os que estudaram em escolas particulares. Enquanto no primeiro
caso, o índice de reprovação foi de 33%, no segundo, chegou a 65,1%.
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