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O candidato do PT que disputará a presidência da Câmara Federal,
Arlindo Chinaglia, se reuniu ontem com o governador Camilo Santana e com
deputados federais do Ceará para pedir apoio na eleição da Casa
Legislativa
FOTO: NATINHO RODRIGUES
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O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) esteve na tarde de ontem
reunido com o governador Camilo Santana e 13 deputados cearenses em
busca de apoio para a candidatura à presidência da Câmara Federal.
Apesar de afirmar que conta com o voto de ao menos 16 parlamentares do
Estado, aliados que estiveram no encontro chegaram a dizer que o número é
menor e, para fechar maioria, é preciso que o petista dialogue mais com
a bancada cearense. Acompanharam Chinaglia na viagem deputados federais
Vicentinho (PT-SP) e Sibá Machado (PT-AC).
Uma das propostas que Chinaglia apresentou para o Ceará, que se estende
à toda a bancada do Nordeste, é a criação de comissão permanente de
desenvolvimento regional, o que já havia sido defendido por José
Guimarães (PT), que trabalha junto ao colega para angariar maior número
de votos para a candidatura do PT. Atualmente, discussões relativas à
região são vinculadas à comissão da Amazônia.
Outros temas que são defendidos pela plataforma de campanha de
Chinaglia são a distribuição dos royalties do petróleo, segurança
pública, saúde e reforma política. "Hoje eu tive uma inequívoca
demonstração de apoio que honra nossa candidatura", disse o candidato ao
fim da reunião com Camilo e outros deputados federais. O encontro durou
mais de três horas e aconteceu no Palácio da Abolição.
Ele destacou que alguns deputado votarão no terceiro candidato, Júlio
Delgado (PSB- MG), no primeiro turno, mas vão apoiá-lo no segundo turno.
O petista acredita que, de 22 votos do Ceará, ao menos 16 estão
acertados em seu apoio: os 13 presentes na reunião mais Luizianne Lins
(PT), Domingos Neto (PROS) e José Airton Cirilo (PT), que justificaram
estar viajando. No entanto, conforme deputados que foram à reunião, o
voto de José Airton não está fechado.
Indefinição
"Como certamente será uma eleição de segundo turno, eu alertei o
Arlindo para não ser imprudente e sair fechado com 16. Temos que
trabalhar nas próximas semanas para que os 16 sejam uma conta certa. O
PROS está redondo, mas acho que tem alguma indefinição no PT", declarou o
deputado Antônio Balhmann, do PROS. Segundo ele, uma parte expressiva
dos presentes no encontro precisa ser convencida da candidatura do PT,
pois, do contrário, o postulante teria, no máximo, dez votos pela
bancada do Ceará, o que não chega à metade da bancada cearenses, com 22
parlamentares.
Outro deputado que participou da reunião confirmou que o petista José
Airton não está definido e que o parlamentar alegou estar viajando como
desculpa para não comparecer à reunião.
Aníbal Gomes, do PMDB, mesmo partido do postulante que fará oposição à
Chinaglia, Eduardo Cunha (RJ), disse que os parlamentares devem ter
outro encontro com Chinaglia, provavelmente 24 horas antes da eleição,
em Brasília, para definir o voto.
Ele afirmou que analisará as propostas mais convincentes, mas destacou
que, na sua avaliação, o melhor presidente que a Câmara Federal já teve
foi Marco Maia, deixando claro que o parlamentar é filiado ao PT. "Isso
não quer dizer que vou apoiar Arlindo, claro. O Eduardo é um excelente
líder. Vamos ouvi-lo e tomar nossa decisão", pondera.
A indefinição de Aníbal Gomes contraria a tese do articulador da
campanha de Eduardo Cunha no Ceará, o deputado federal Danilo Forte, de
que a bancada do PMDB está totalmente fechada com a candidatura do
correligionário.
Maioria
Já André Figueiredo (PDT) ressaltou que Arlindo Chinaglia terá maioria
expressiva no Ceará, com 16 votos. A bancada do PDT não decidiu seus
votos, mas há uma inclinação pessoal de apoiar o petista, afirma o
pedetista. Para ele, cinco parlamentares, em tese, votarão em Eduardo
Cunha e um em Júlio Delgado, neste caso o deputado tucano Raimundo Gomes
de Matos.
José Guimarães, por sua vez, ressaltou que o importante do encontro foi
o fato de o governador Camilo Santana ter pautado os temas, além de
assumir compromisso com o correligionário.
Arlindo Chinaglia declarou que tem maioria no Piauí e na Paraíba. O
petista também acredita vencer entre os parlamentares da Bahia e ter
metade dos votos em Sergipe. Já em Alagoas, limitou-se a dizer que ainda
terá de trabalhar um pouco mais. Em Pernambuco, o candidato pessebista,
provavelmente, estará em primeiro lugar.
"No segundo turno, a diferença vai aumentar bastante. Respeitosamente
estamos otimistas com o que conseguimos em pouco tempo. No Espírito
Santo, de dez deputados temos seis. No Rio de Janeiro, dos 43 podemos
chegar a 20. Vamos ter maioria em Minas Gerais. Estamos fazendo campanha
pensando em ir para o segundo turno. A escolha de cada deputado vai ser
amadurecida neste mês", salientou.
O parlamentar defendeu uma pauta geral para a Câmara, argumentando que
se a Casa não tiver agenda própria, se tornará alvo para reivindicações.
Acrescenta que, a partir das reuniões no Piauí e no Ceará, teve a ideia
de debater temas regionais, como incentivo fiscal e distribuição de
royalties do petróleo. De acordo com Chinaglia, a comissão permanente de
desenvolvimento regional deve ser criada, uma vez que o Nordeste "drena
sua energia para a comissão da Amazônia. São duas discussões totalmente
diferentes".
O petista ainda se comprometeu com o governador Camilo Santana de
articular junto ao Governo Federal temas mais complexos. "A gente acaba
se habituando com o que não é aceitável. E nessas conversas você vai ao
encontro de propostas mais elaboradas, de propostas mais regionais ou
estaduais", atesta. Na sexta-feira, é a vez do peemedebista Eduardo
Cunha visitar o Ceará para articular apoios para a eleição da Câmara
Federal.

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