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O humorista cearense anuncia que este ano tem dois projetos na TV: um telefilme e uma microssérie
Foto: Camila Maia / Ag. O Globo
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Ele já não é mais nenhum menino. Mas, dispensa o título de senhor. São
tantos anos vivendo na pele de travessos personagens que Renato Aragão
se recusa a se acalmar, descansar e pendurar as chuteiras. Com a
experiência de quem completa oito décadas de vida, hoje, o humorista
ensina que o bom é desafiar-se.
Foi assim quando o então recém formado advogado, nascido em Sobral,
abandonou o sonho de ser "doutor" para iniciar a carreira artística. Aos
25 anos, invadiu a TV Ceará. Em 1964, foi contratado pela TV Tupi,
passou pela Record, TV Excelsior e retornou à Tupi. Em 1977, troca de
emissora e chega à TV Globo.
Foi na emissora de Roberto Marinho que Renato interpretou o personagem
Didi Mocó em "Os Trapalhões", ao lado dos atores Dedé Santana, Antônio
Carlos (o Mussum), e Zacarias. A série ultrapassou gerações e ficou no
ar por 18 anos, entre março de 1977 e agosto de 1995. Didi, seu maior
alter ego, o acompanha até hoje, seja em programas especiais e
telefilmes.
No ano passado, o humorista cearense aceitou outro desafio. Perto dos
80 anos, era momento de estrear agora nos palcos. E, ao lado da filha
Lívian Aragão (15 anos) e do velho companheiro de trapalhadas Dedé
Santana, está em cartaz com o musical "Os Saltimbancos Trapalhões". Em
cena, o "senhor" canta, dança e reinventa-se.
"Jamais imaginei fazer teatro, porque achava uma escravidão muito
grande trabalhar todos os fins de semana. Mas, quando vi, estava
envolvido nesse projeto grandioso do Charles Möeller e do Cláudio
Botelho. Teatro é olho no olho, tem um contato muito próximo com o
público, você não pode errar. Tudo isso me deu uma alegria diferente,
foi uma grande descoberta. Me sinto um estreante", declarou ele, em
recente entrevista para o jornal O Dia.
Acostumado aos holofotes, Renato faz até cara de bravo quando se cogita
uma aposentadoria. Este ano, ele já anunciou dois projetos para fazer
na TV Globo, um telefilme e uma microssérie que deve ser exibida na
semana do Dia das Criança. Programa semanal está fora de cogitação.
Mas, quer trabalhar e não se fecha a novas possibilidades. "Tenho muito
gás. Só sei que não quero me acomodar, ainda vou fazer muita coisa",
torce. Dispensa, no entanto, a moda dos "stand ups" e - como declarou em
polêmica entrevista a revista Playboy de janeiro - gosta mesmo do humor
das antigas.
"Naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais,
elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para atingir".

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