Na noite de ontem, Camilo Santana recebeu do presidente da
Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, a Agenda da
Indústria
Foto: Lucas de Menezes
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Diante do aumento dos custos da administração estadual nos últimos
anos, a atração de grandes empreendimentos é uma das estratégias do
governo para aumentar a arrecadação e manter o equilíbrio das contas
públicas, segundo disse ontem o governador eleito Camilo Santana. O
futuro gestor ressaltou, todavia, a preocupação com a concentração de
indústrias de grande porte na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
"Nós já estamos acumulando problemas por conta dessa concentração",
destacou Camilo, segundo quem uma das possibilidades de interiorização
do setor produtivo é o fortalecimento de um polo metal-mecânico no
Estado. Para isso, acrescentou, é necessária a concretização de
investimentos em infraestrutura, a exemplo da Transnordestina.
De acordo com Camilo, um dos setores nos quais o Estado mais aumentou
os custos, nos últimos anos, foi a saúde, sobretudo por conta dos
hospitais regionais e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). "O
governo gastou em torno de R$ 110 milhões para construir um hospital
regional, por exemplo, e agora, a cada ano, gasta mais R$ 110 milhões
para mantê-lo".
Agenda
Na noite de ontem, Camilo Santana recebeu do presidente da Federação
das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, a Agenda da Indústria. O
documento contém em torno de 135 propostas para fortalecer o setor
produtivo do Estado, em áreas como infraestrutura, tecnologia da
informação, tributação e incentivos fiscais.
Entre as principais proposições, indicou o presidente do Conselho
Temático de Economia, Finanças e Tributação da Fiec, Fernando Castelo
Branco, estão ações voltadas para a educação básica e a qualificação
profissional. A ausência de profissionais capacitados, aponta, faz com
que a produtividade da indústria cearense corresponda a 46% da média
nacional. Ele ressaltou que, em 2013, a indústria correspondeu a 21,4%
do Produto Interno Bruto (PIB) cearense.
Outra proposta se refere à descentralização dos órgãos e conselhos
ligados a questões ambientais, criando novas unidades nos municípios do
Estado e reduzindo a demanda da Superintendência Estadual do Meio
Ambiente (Semace).
Também estão presentes no documento sugestões ligadas à simplificação
das normas e procedimentos tributários, além de mudanças na cobrança do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Também foi
ressaltada a necessidade de novos investimentos na área logística - um
dos gargalos hoje enfrentados pelo setor.
Estreitar elos
Após a apresentação da Agenda da Indústria, Camilo afirmou que
pretende, em sua gestão, fortalecer o elo entre o governo e o setor
produtivo. O governador eleito disse que tem como objetivos aprimorar a
educação do Estado, incentivar os investimentos em energia renovável e
realizar ações estruturantes voltadas ao enfrentamento da seca e à
resolução de entraves logísticos.
Por sua vez, Beto Studart ressaltou a intenção de promover a inovação
na indústria, ampliando a competitividade do setor. A meta da Federação,
salientou, é contribuir para a formulação de políticas públicas e levar
o Ceará a uma posição de destaque no cenário nacional.
João Moura
Repórter
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