sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Camilo recebe demandas industriais

Na noite de ontem, Camilo Santana recebeu do presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, a Agenda da Indústria
Na noite de ontem, Camilo Santana recebeu do presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, a Agenda da Indústria
Foto: Lucas de Menezes
Diante do aumento dos custos da administração estadual nos últimos anos, a atração de grandes empreendimentos é uma das estratégias do governo para aumentar a arrecadação e manter o equilíbrio das contas públicas, segundo disse ontem o governador eleito Camilo Santana. O futuro gestor ressaltou, todavia, a preocupação com a concentração de indústrias de grande porte na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
"Nós já estamos acumulando problemas por conta dessa concentração", destacou Camilo, segundo quem uma das possibilidades de interiorização do setor produtivo é o fortalecimento de um polo metal-mecânico no Estado. Para isso, acrescentou, é necessária a concretização de investimentos em infraestrutura, a exemplo da Transnordestina.

De acordo com Camilo, um dos setores nos quais o Estado mais aumentou os custos, nos últimos anos, foi a saúde, sobretudo por conta dos hospitais regionais e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). "O governo gastou em torno de R$ 110 milhões para construir um hospital regional, por exemplo, e agora, a cada ano, gasta mais R$ 110 milhões para mantê-lo".
Agenda
Na noite de ontem, Camilo Santana recebeu do presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, a Agenda da Indústria. O documento contém em torno de 135 propostas para fortalecer o setor produtivo do Estado, em áreas como infraestrutura, tecnologia da informação, tributação e incentivos fiscais.
Entre as principais proposições, indicou o presidente do Conselho Temático de Economia, Finanças e Tributação da Fiec, Fernando Castelo Branco, estão ações voltadas para a educação básica e a qualificação profissional. A ausência de profissionais capacitados, aponta, faz com que a produtividade da indústria cearense corresponda a 46% da média nacional. Ele ressaltou que, em 2013, a indústria correspondeu a 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense.
Outra proposta se refere à descentralização dos órgãos e conselhos ligados a questões ambientais, criando novas unidades nos municípios do Estado e reduzindo a demanda da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
Também estão presentes no documento sugestões ligadas à simplificação das normas e procedimentos tributários, além de mudanças na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Também foi ressaltada a necessidade de novos investimentos na área logística - um dos gargalos hoje enfrentados pelo setor.
Estreitar elos
Após a apresentação da Agenda da Indústria, Camilo afirmou que pretende, em sua gestão, fortalecer o elo entre o governo e o setor produtivo. O governador eleito disse que tem como objetivos aprimorar a educação do Estado, incentivar os investimentos em energia renovável e realizar ações estruturantes voltadas ao enfrentamento da seca e à resolução de entraves logísticos.
Por sua vez, Beto Studart ressaltou a intenção de promover a inovação na indústria, ampliando a competitividade do setor. A meta da Federação, salientou, é contribuir para a formulação de políticas públicas e levar o Ceará a uma posição de destaque no cenário nacional.
João Moura
Repórter

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