"O Aécio, a Marina, eu posso chamá-los sim (para conversar)", disse Dilma. Tucano e pessebista aliaram-se no 2º turno
FOTO: MARCOS FERNANDES/ CAMPANHA DO PSDB
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São Paulo. A presidente Dilma Rousseff (PT) disse
ontem que, na sua proposta de dialogar com todos os setores da sociedade
no segundo mandato, está "sem sombra de dúvidas" aberta a possibilidade
de conversas com a oposição, inclusive com os ex-adversários Aécio
Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), que protagonizaram com ela ferrenhas
discussões durante a campanha presidencial.
"O Aécio, a Marina, eu posso chamá-los sim (para uma conversa)", disse a
presidente, que concedeu ontem entrevistas a duas emissoras de
televisão, SBT e Bandeirantes.
Dilma foi questionada sobre o tema tanto na entrevista à TV
Bandeirantes quanto ao SBT. "Convidarei todos para fazer essa conversa, o
que acham melhor para o Brasil. Vou escutar muito. O dialogo é também
não só com a oposição, mas as forças vivas da nação", afirmou.
Segundo a presidente, toda eleição implica numa divisão, mas com um
objetivo comum que é um futuro melhor para o País. "Não acredito que
alguém queira um futuro pior para o País Só ai já temos um ponto de
possível união", justificou.
Dilma afirmou ainda que a abertura de diálogo visa promover uma
discussão a respeito dos passos que serão dados para que o Brasil retome
o cercamento econômico e avaliar a dimensão dos efeitos da crise
internacional sobre o País. Segundo ela, a economia brasileira passa por
uma situação "ainda difícil", mas descartou a possibilidade de redução
do grau de risco do Brasil.
A presidente evitou falar sobre a composição do novo ministério,
especialmente o nome que irá para o da Fazenda. Apesar disso, ela voltou
a afirmar que pretende anunciar a sua escolha até o fim do ano.
Dilma afirmou que a forma de consulta popular para decidir sobre uma
reforma política pode ser um plebiscito ou um referendo. A proposta
inicial da presidente, que ela defendeu desde a onda de manifestações de
rua, em junho de 2013, era de um plebiscito. "Acho que não interessa
muito se é referendo ou plebiscito. Pode ser uma coisa ou outra",
afirmou em entrevista exibida pelo telejornal SBT Brasil.
Petrobras
Dilma também disse que o governo não irá criar nenhum obstáculo caso o
Congresso decida abrir nova CPI para investigar denúncias de corrupção
na Petrobras. Ela argumentou, porém, que a investigação que está em
curso na Justiça é mais importante do que qualquer outra que possa ser
aberta. "Eu acho que (com essa investigação) nós temos uma oportunidade
única de acabar com a impunidade. Eu quero essa investigação doa a quem
doer, não deixando pedra sobre pedra", voltou a dizer.
Questionada sobre o que faria pelos aposentados, Dilma assegurou ter
"imensa responsabilidade" com a Previdência. Segundo ela, 69% dos
aposentados tiveram ganho real de salários.
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