quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Presidente cogita diálogo com Aécio

"O Aécio, a Marina, eu posso chamá-los sim (para conversar)", disse Dilma. Tucano e pessebista aliaram-se no 2º turno
FOTO: MARCOS FERNANDES/ CAMPANHA DO PSDB
São Paulo. A presidente Dilma Rousseff (PT) disse ontem que, na sua proposta de dialogar com todos os setores da sociedade no segundo mandato, está "sem sombra de dúvidas" aberta a possibilidade de conversas com a oposição, inclusive com os ex-adversários Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), que protagonizaram com ela ferrenhas discussões durante a campanha presidencial.
"O Aécio, a Marina, eu posso chamá-los sim (para uma conversa)", disse a presidente, que concedeu ontem entrevistas a duas emissoras de televisão, SBT e Bandeirantes.
Dilma foi questionada sobre o tema tanto na entrevista à TV Bandeirantes quanto ao SBT. "Convidarei todos para fazer essa conversa, o que acham melhor para o Brasil. Vou escutar muito. O dialogo é também não só com a oposição, mas as forças vivas da nação", afirmou.
Segundo a presidente, toda eleição implica numa divisão, mas com um objetivo comum que é um futuro melhor para o País. "Não acredito que alguém queira um futuro pior para o País Só ai já temos um ponto de possível união", justificou.

Dilma afirmou ainda que a abertura de diálogo visa promover uma discussão a respeito dos passos que serão dados para que o Brasil retome o cercamento econômico e avaliar a dimensão dos efeitos da crise internacional sobre o País. Segundo ela, a economia brasileira passa por uma situação "ainda difícil", mas descartou a possibilidade de redução do grau de risco do Brasil.
A presidente evitou falar sobre a composição do novo ministério, especialmente o nome que irá para o da Fazenda. Apesar disso, ela voltou a afirmar que pretende anunciar a sua escolha até o fim do ano.
Dilma afirmou que a forma de consulta popular para decidir sobre uma reforma política pode ser um plebiscito ou um referendo. A proposta inicial da presidente, que ela defendeu desde a onda de manifestações de rua, em junho de 2013, era de um plebiscito. "Acho que não interessa muito se é referendo ou plebiscito. Pode ser uma coisa ou outra", afirmou em entrevista exibida pelo telejornal SBT Brasil.
Petrobras
Dilma também disse que o governo não irá criar nenhum obstáculo caso o Congresso decida abrir nova CPI para investigar denúncias de corrupção na Petrobras. Ela argumentou, porém, que a investigação que está em curso na Justiça é mais importante do que qualquer outra que possa ser aberta. "Eu acho que (com essa investigação) nós temos uma oportunidade única de acabar com a impunidade. Eu quero essa investigação doa a quem doer, não deixando pedra sobre pedra", voltou a dizer.
Questionada sobre o que faria pelos aposentados, Dilma assegurou ter "imensa responsabilidade" com a Previdência. Segundo ela, 69% dos aposentados tiveram ganho real de salários.

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