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Apesar de reconhecer a manobra dos partidos, o procurador
regional eleitoral do CE, Rômulo Conrado, diz que o MP não tomará
nenhuma medida Foto: ÉRIKA FONSECA
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O fato de o pleito para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal ser
baseado no sistema proporcional impõe que partidos e coligações
preencham algumas vagas disponíveis com o simples objetivo de atingir o
quociente eleitoral ou obedecerem exigências da legislação eleitoral.
Essa necessidade acaba motivando, no entanto, as agremiações a lançarem
candidaturas que se repetem em cada pleito e sem chances de sucesso nas
urnas.
Quando a preocupação de cada partido ou coligação é cumprir a exigência
da legislação eleitoral de que pelo menos 30% das vagas na chapa
proporcional devem ser ocupadas por mulheres, a inclusão de algumas
candidaturas apenas para dar números é ainda mais evidente. O PDT não
fechou, neste ano, nenhuma aliança para a disputa dos cargos de deputado
estadual, o que ampliou as dificuldades da legenda em cumprir essa
porcentagem.
Diante do obstáculo, o insucesso de Leontina Maciel no pleito de 2012
não superou a necessidade de o PDT em deixar 30% das vagas para
mulheres. A pedetista obteve apenas 354 votos na disputa para a Câmara
Municipal de Fortaleza, há dois anos. Já em 2014, ela integra a lista de
33 nomes da legenda que concorrem a deputado estadual.
A candidata Vânia Maria, também do PDT, conseguiu apenas 12 votos
quando concorreu ao cargo de deputada estadual em 2010. Apesar do
insucesso, ela novamente lançou a candidatura para as eleições deste
ano. A pedetista Rosa Brito, em 2012, conseguiu somente a preferência de
sete eleitores quando disputou o cargo de vereadora no município de
Ocara, mas está na lista como postulante à Assembleia Legislativa.
Concorre
O PCdoB é outro partido que não fez aliança para a disputa dos cargos
de deputado estadual e teve que superar algumas barreiras para conseguir
lançar uma quantidade suficiente de mulheres na chapa. A candidata
Helena Fernandes concorre a cargos proporcionais desde 2008, mas nunca
chegou perto do sucesso nas urnas.
No primeiro pleito como postulante ao cargo de vereadora de Fortaleza,
Helena Fernandes obteve 555 votos. Dois anos depois, como concorrente à
Assembleia Legislativa, ela garantiu apenas 463 sufrágios. Já em 2012, o
resultado foi ainda mais fraco. Na disputa da cadeira na Câmara
Municipal de Fortaleza, ela conseguiu a preferência de somente 244
eleitores.
Quando a coligação é formada por vários partidos, a preocupação maior é
lançar chapas completas, com nomes que permitam maior quociente
eleitoral. Assim, é possível encontrar algumas candidaturas com poucas
chances de obterem sucesso, mas que fortalecem a aliança. Na coligação
formada entre PMDB, PSC, PR, PRP e PSDB, é possível encontrar mais uma
vez, por exemplo, o nome do tucano Almino Menezes na busca de um lugar
em Brasília.
Em relação às candidaturas femininas, a maior preocupação dos partidos é
em completar a chapa de acordo com a determinação da lei que obriga a
que pelo menos 30% dos candidatos sejam do sexo feminino. O procurador
regional eleitor pode, agora, depois de registradas as candidaturas,
levantar a situação das candidatas mulheres.

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