por André Barrocal
A campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) admitiu perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter cometido um erro em um processo por crime eleitoral movido contra a presidenta Dilma Rousseff e algumas outras autoridades federais. Em petição enviada ao TSE na quinta-feira 24, os tucanos culpam pelo erro uma empresa que contrataram para monitorar o noticiário e as propagandas das emissoras de tevê, a Agência Nacional de Notícias Televisivas (ANNT).
A campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) admitiu perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter cometido um erro em um processo por crime eleitoral movido contra a presidenta Dilma Rousseff e algumas outras autoridades federais. Em petição enviada ao TSE na quinta-feira 24, os tucanos culpam pelo erro uma empresa que contrataram para monitorar o noticiário e as propagandas das emissoras de tevê, a Agência Nacional de Notícias Televisivas (ANNT).
A ação tucana foi ajuizada no domingo 6 de julho, data
que marcou o início oficial da campanha presidencial. A assessoria
jurídica de Aécio alegava que o Ministério da Educação, a Petrobras e a
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) haviam veiculado propaganda
de tevê no dia 5 de julho a exibir o slogan e o logotipo do governo
federais. A legislação proíbe publicidade do governo nos três meses
imediatamente anteriores à eleição. Como a votação será em 4 de outubro,
este tipo de propaganda é possível somente até 4 de julho.
Contudo, os comerciais que motivaram o processo tucano
contra Dilma foram veiculados no dia 4 de julho, não no dia 5, como
afirmava inicialmente o PSDB. No recente documento encaminhado ao TSE, a
campanha de Aécio diz que lamenta o “equívoco ao qual foi induzida”. Um
dia antes, os tucanos haviam recebido da ANNT, empresa paga para
fornecer serviços de clipagem, um ofício no qual o erro era reconhecido.
“Lamentavelmente, o funcionário responsável equivocou-se e utilizou
vídeos do dia 4 de julho como se fossem do dia 5 de julho.”
A ANTT tinha sido obrigada a prestar um esclarecimento
formal sobre a data. Depois de o processo ter sido aberto pelo TSE a
pedido do PSDB, em 6 de julho, tanto os órgãos públicos acusados quanto
as emissoras que teriam veiculado os comerciais irregulares argumentaram
que tudo tido ido ao ar só até 4 de julho, como permite a lei.
Com base na acusação inicial do PSDB, o TSE havia
concedido uma liminar contra as propagandas. A ação está prestes a
entrar na pauta de julgamentos da corte. Além de Dilma, estão na mira os
ministros Henrique Paim (Educação) e Thomas Traumann (Comunicação
Social), a presidente da Petrobras, Graça Foster, e a diretoria da ANS.
Se condenados, seriam todos multados. Diante do recuo do acusador,
porém, é provável que o TSE arquive o caso.
Depois da representação inicial no TSE, a campanha
tucana havia acrescentado ao processo uma segunda acusação, baseada no
mesmo motivo (publicidade ilegal do governo federal) mas tendo como
personagem apenas a Petrobras.
A propaganda da estatal que foi incorretamente datada
pela ANNT divulgava a exploração do petróleo pré-sal. Uma outra
propaganda da estatal, igualmente com formato proibido (alusão ao
governo federal), teria sido exibida no dia 5 de julho na TV
Bandeirantes. Difundia um tipo de gasolina vendido pelo empresa. A ANNT e
a Band, dizem os tucanos, confirmam que este outro comercial, sobre
gasolina, foi ao ar em 5 de julho. Por isso, o PSDB analisa a hipótese
de entrar com uma nova ação, focada no caso Petrobras-gasolina.
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