Após a derrota do Brasil pela Alemanha por 7 a 1, na semifinal da
Copa do Mundo, várias fotos de torcedores tristes e incrédulos
circularam na Internet. Uma das imagens mais famosas foi a de um garotinho de óculos chorando no estádio.
Com a repercussão da imagem, o pai do garoto, Raphael Sardinha,
decidiu postar na sua página do Facebook uma foto do filho, que se chama
Tomaz, sorrindo antes do jogo. Ele escreveu uma
mensagem para a criança explicando que não quer culpar a Seleção
Brasileira pela perda e sim reconhecer que todo time de futebol tem suas
fraquezas.
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| Tomaz sorrindo antes da partida. Foto: Reprodução/Facebook |
“Repito o que disse ao Tomaz, enquanto ele soluçava, lá pelo 5º gol da Alemanha: isso é um jogo.
Que acaba com a gente, mas apenas um jogo. Ganha aquele que joga melhor
e, ao perdedor, cabe o papel de reconhecer suas limitações e saber
perder de forma digna”, afirma Raphael.
O pai também antecipa que não deixará de torcer pelo Brasil e que
continuará levando o filho para assistir as próximas Copas do Mundo. “É
triste, como pai, ver meu filho sentir essa dor. Mas certamente não será a última vez, assim como não será sua última Copa”, conta.
Veja a mensagem completa:
“Após ver o choro do meu filho em diversos veículos de
comunicação nacionais e internacionais, resolvi postar um foto.
Ele
sorrindo, antes do início da partida! Longe de mim prolongar a
interminável discussão sobre os motivos e culpados pela eliminação do
Brasil. Soa mais plausível destacar os méritos de uma outra seleção que
taticamente e tecnicamente se mostrou (muito) superior à nossa, ao invés
de tentar justificar a saída de uma Copa do Mundo de futebol pela
conjuntura sócio- político-econômica do país em ano eleitoral. Ou dizer
que foi a Dilma, o Blatter, o Fuleco, o Fred, o Felipão, a falta do
Thiago Silva e do Neymar… repito o que disse ao Tomaz, enquanto ele
soluçava, lá pelo 5º gol da Alemanha: isso é um jogo. Que acaba com a
gente, mas apenas um jogo. Ganha aquele que joga melhor e, ao perdedor,
cabe o papel de reconhecer suas limitações e saber perder de forma
digna. Somos o país do futebol, mas não somos os donos da bola! Após
isso, já com ele mais calmo, não xingamos a Dilma, não gritamos olé pra
Alemanha e vibramos com o nosso gol de honra. Agimos com respeito. Assim
como não vaiamos o hino do Chile nas Oitavas de Final, como vimos
fazerem outros torcedores (ou imbecis?) menos cordiais com quem nos
visita.
É triste, como pai, ver meu filho sentir essa dor. Mas certamente
não será a última vez, assim como não será sua última Copa. Pela
habilidade na canhota, quem sabe até jogue uma um dia e enfie 7 na
Alemanha… Espero que, embora sua imagem represente a tristeza de todos
nós nesse momento, ela também signifique outra coisa: uma criança que
chorou apenas porque seu time perdeu um jogo. Independente de quem
governa o país, de quanto ganham os jogadores, de obras superfaturadas,
se #vaiounãovaitercopa… Tomaz, esse choro hoje é de todos nós
brasileiros, mas é apenas seu e de mais ninguém. Não é da Globo, da
Band, do Le Monde, da Coca Cola ou qualquer outro. Fica a reflexão sobre
o quanto o choro sincero de uma criança nos representa nessa era de
informações em excesso, emoções instantâneas e sentimentos artificiais.
Nós amamos futebol e estaremos juntos torcendo pelo Brasil no
sábado. Não há vergonha nenhuma em ser 3º ou 4º colocado no maior
torneio de futebol do planeta. Óbvio que a seleção podia ter rendido
mais e precisa ser renovada, mas devemos agradecer aos caras por terem
feito seu melhor lá dentro. Não deu, mas assim é o jogo e assim é a
vida. Cabeça erguida filho, sempre!
#nãochoraTomaz #respeito #pentacampeão”

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