quarta-feira, 30 de julho de 2014

Mosquito transgênico pode ajudar no combate à dengue no País

Essa tecnologia é capaz de produzir 500 mil mosquitos por semana
Essa tecnologia é capaz de produzir 500 mil mosquitos por semana

A primeira fábrica de mosquitos Aedes aegypti transgênicos do Brasil foi inaugurada nessa terça-feira, 29, pela empresa britânica Oxitec. A unidade que está instalada em Campinas, tem capacidade de produzir 500 mil mosquitos por semana. Caso esta tecnologia seja aprovada ela poderá ajudar no combate da dengue no País.
 A tecnologia foi desenvolvida no ano de 2002, no Reino Unido. Os ovos do mosquito receberam uma microinjeção de DNA com dois genes. Cada gene tinha um objetivo diferente. Enquanto um produzia uma proteína que impedia seus descendentes de chegarem à fase adulta, o outro era para identificá-los sob uma luz específica.

 Como ocorre o processo
 Os machos são liberados para procriarem com a fêmea, que é responsável pela transmissão da doença. Ao gerar seu descendente eles morrem antes de chegarem à fase adulta. Assim a população de Aedes aegypti diminui. Depois do teste realizado em 2011 na cidade de Juazeiro, na Bahia, o número de mosquitos diminuiu em 80%. Outros experimentos mostraram uma redução de 93% dos mosquitos selvagens.  O mosquito da Oxitec no Brasil foi criado em parceria com a organização Moscamed.
 Projetos da Oxitec
 A Oxitec quer fornecer um pacote de serviços, como o de treinar os agentes públicos ao combate de possíveis epidemias de dengue. Para isso ela pretende ser contratada pelo poder público. Para que ocorra essa contratação é preciso que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorize e permita a comercialização deste tipo de serviço. Se houver essa permissão, o Brasil será o primeiro País a usar o mosquito transgênico, para combater a dengue.
 Os custos para a realização desse projeto são altos. De acordo com o diretor global de desenvolvimentos de negócios da empresa, Glenn Slade, uma cidade com 50 mil habitantes irá pagar de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões durante um ano para o uso dos serviços. E para a manutenção dos insetos será necessário R$ 1 milhão pelos próximos anos.
 Para o processo de liberação do mosquito transgênico há uma divisão de fases. Em uma simulação realizada para um município de 10 mil habitantes, a primeira fase, que é chamada de supressão, libera 2,5 milhões de insetos por semana. A segunda etapa, chamada de consolidação, o número de insetos diminui para um milhão por semana. A duração das duas primeiras etapas é de quatro a seis meses. Na última etapa, chamada de manutenção, 500 mil mosquitos são liberados por semana.
 Segundo o Ministério da Saúde, entre janeiro e julho deste ano, foi registrado 659.051 casos de dengue no país. O número foi de 52,5% menor em relação ao ano passado. Consequentemente, o número de mortes também diminuiu.  Entre janeiro e julho foram 249 mortes, contra 541 no mesmo período do ano passado.


Redação O POVO Online

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