Essa tecnologia é capaz de produzir 500 mil mosquitos por semana |
A primeira fábrica de mosquitos Aedes aegypti transgênicos do Brasil
foi inaugurada nessa terça-feira, 29, pela empresa britânica Oxitec. A
unidade que está instalada em Campinas, tem capacidade de produzir 500
mil mosquitos por semana. Caso esta tecnologia seja aprovada ela poderá
ajudar no combate da dengue no País.
A
tecnologia foi desenvolvida no ano de 2002, no Reino Unido. Os ovos do
mosquito receberam uma microinjeção de DNA com dois genes. Cada gene
tinha um objetivo diferente. Enquanto um produzia uma proteína que
impedia seus descendentes de chegarem à fase adulta, o outro era para
identificá-los sob uma luz específica.
Como ocorre o processo
Os
machos são liberados para procriarem com a fêmea, que é responsável
pela transmissão da doença. Ao gerar seu descendente eles morrem antes
de chegarem à fase adulta. Assim a população de Aedes aegypti diminui.
Depois do teste realizado em 2011 na cidade de Juazeiro, na Bahia, o
número de mosquitos diminuiu em 80%. Outros experimentos mostraram uma
redução de 93% dos mosquitos selvagens. O mosquito da Oxitec no Brasil foi criado em parceria com a organização Moscamed.
Projetos da Oxitec
A
Oxitec quer fornecer um pacote de serviços, como o de treinar os
agentes públicos ao combate de possíveis epidemias de dengue. Para isso
ela pretende ser contratada pelo poder público. Para que ocorra essa
contratação é preciso que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa),
autorize e permita a comercialização deste tipo de serviço. Se houver
essa permissão, o Brasil será o primeiro País a usar o mosquito
transgênico, para combater a dengue.
Os custos
para a realização desse projeto são altos. De acordo com o diretor
global de desenvolvimentos de negócios da empresa, Glenn Slade, uma
cidade com 50 mil habitantes irá pagar de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões
durante um ano para o uso dos serviços. E para a manutenção dos insetos
será necessário R$ 1 milhão pelos próximos anos.
Para
o processo de liberação do mosquito transgênico há uma divisão de
fases. Em uma simulação realizada para um município de 10 mil
habitantes, a primeira fase, que é chamada de supressão, libera 2,5
milhões de insetos por semana. A segunda etapa, chamada de consolidação,
o número de insetos diminui para um milhão por semana. A duração das
duas primeiras etapas é de quatro a seis meses. Na última etapa, chamada
de manutenção, 500 mil mosquitos são liberados por semana.
Segundo
o Ministério da Saúde, entre janeiro e julho deste ano, foi registrado
659.051 casos de dengue no país. O número foi de 52,5% menor em relação
ao ano passado. Consequentemente, o número de mortes também diminuiu. Entre janeiro e julho foram 249 mortes, contra 541 no mesmo período do ano passado.
Redação O POVO Online
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