terça-feira, 1 de julho de 2014

Aloysio é vice, e DEM coordena a campanha

Aloysio (à esquerda) e Agripino, ontem, na convenção do Democratas. O senador potiguar vai ficar na coordenação da campanha
Aloysio (à esquerda) e Agripino, ontem, na convenção do Democratas. O senador potiguar vai ficar na coordenação da campanha  FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Brasília. Com o objetivo de fortalecer no Nordeste sua candidatura à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) escolheu o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), como coordenador de sua campanha ao Palácio do Planalto. Depois de optar por um tucano de São Paulo para vice em sua chapa, Aécio disse que vai priorizar o Nordeste se for eleito porque o país precisa "tratar de forma desigual regiões desiguais".
"Nosso programa se iniciará pelo Nordeste e digo isso com autoridade de quem como governador de Minas investiu três vezes mais na educação", disse Aécio. Agripino chegou a ser cotado para vice na chapa de Aécio, mas o PSDB escolheu o tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) para o posto - com o objetivo de engajar a ala do ex-governador José Serra (SP) em sua campanha presidencial.

Agripino disse que São Paulo tem "32 milhões de eleitores e é por isso de grande importância". "O nome de Aloysio é um nome acima de qualquer suspeita e ele por si só é uma garantia de perspectiva de bom resultado no Estado. O importante é ganhar, sobretudo com bons nomes e grandes ideias", disse o senador.
Segundo o potiguar, a coordenação da campanha é algo "natural" pela sua proximidade com Aécio, que também é presidente do PSDB.
"A indicação é uma homenagem à coerência, matéria essencial na vida pública", acrescentou Aécio. Segundo ele, a razão da escolha não é a conveniência da campanha, mas o "interesse do Brasil".
Ao chegar à convenção do DEM que ocorreu ontem, em Brasília, Aécio disse que não haverá "qualquer tipo de diferenciação" entre os partidos de sua aliança. "Todos nós temos as mesmas responsabilidades, o mesmo espaço e a mesma determinação para construirmos um projeto novo para o Brasil. Ele terá um papel relevante para todo o país, principalmente no Nordeste".
Formalização
O DEM formalizou durante a convenção o apoio à candidatura de Aécio. Agripino disse que a chapa liderada pelo tucano é resultado de uma "fraterna convivência" entre os dois partidos nos últimos anos. "Lutamos fazendo oposição a um governo que na nossa opinião tem muitos reparos a serem feitos, os quais Aécio e Aloysio se propõem a fazer", disse Agripino.
Segundo o presidente do DEM, as duas siglas vão seguir juntas na maioria dos palanques estaduais, com "eventualíssimas divergências" nas unidades federativas.
Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho (PE) criticou "alianças de ocasião" da presidente Dilma Rousseff que envolveram "entregar cabeça de ministro" para garantir apoio à petista -em referência à saída de César Borges do ministério dos Transportes após pedido da cúpula do PR. "No mundo em que o PT governa se chegou ao limite de se pedir e se entregar cabeça de ministro para garantir apoio presidencial", afirmou.
Perfil do vice
Ex-deputado estadual, federal, ministro de duas pastas (Justiça e Secretaria-Geral da Presidência) na gestão Fernando Henrique Cardoso e secretário de José Serra na Prefeitura de São Paulo e no governo do Estado, Aloysio, 69, foi escolhido após fracassarem as tentativas de Aécio de usar a vaga de vice para atrair mais um partido de porte grande para a sua coligação.
Em depoimento à Polícia Federal, o principal delator do caso que apura suspeita de formação de cartel e corrupção no Metrô de São Paulo citou Aloysio como um dos políticos que tinham "conexão" com as empresas suspeitas. O tucano sempre negou enfaticamente envolvimento com o episódio. Em maio, chegou a chamar de "vagabundo" um blogueiro filiado ao PT que o questionara sobre sua relação com o caso.

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