sábado, 21 de junho de 2014

PT deve apostar no 'nós contra eles'

O presidente do PT previu uma disputa polarizada com o PSDB e admitiu que, no quadro atual, o pleito não deve se resolver no 1º turno
O presidente do PT previu uma disputa polarizada com o PSDB e admitiu que, no quadro atual, o pleito não deve se resolver no 1º turno  Foto: Helosa Araújo
Brasília. O PT realiza hoje convenção nacional para lançar oficialmente a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, dando a largada para uma campanha que deve apostar outra vez nas comparações entre governos petistas e tucanos e recheada de um discurso de maior participação dos aliados.
O evento terá a presença do ex-presidente Lula, fiador da candidatura de Dilma. Além da presidente e de seu antecessor, devem discursar o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do PT, Rui Falcão.
Segundo auxiliares de Dilma, o tom do discurso dela será de "mudança com continuidade", sob o argumento de que a transformação começou em 2003.

Na véspera do evento, o presidente nacional da legenda, deputado estadual Rui Falcão, avaliou que o pleito de 2014 deve ser a eleição presidencial "mais difícil" para o partido.
O dirigente previu uma disputa polarizada entre PT e PSDB e admitiu que, no quadro atual, o pleito não deve acabar no primeiro turno. Para Falcão, formou-se nesta disputa eleitoral um bloco "de forças muito poderoso" contra o PT, que inclui o "grande capital" e partidos que governam Estados importantes como São Paulo e Minas Gerais, além de parte da imprensa.
"Esse é o maior bloco de força que já se reuniu no País para tentar nos derrubar", declarou.
"Que investiu contra a Copa do Mundo, que torceu pela volta da inflação, que distribui notícias de mau agouro para criar expectativa negativa na economia", disse.
Popularidade
A candidatura de Dilma terá de lidar com algumas dificuldades. A popularidade da presidente e de seu governo mantinha-se em altos patamares até sofrer queda na época dos protestos que tomaram as ruas em diversas cidades do país em junho de 2013. Dilma chegou a recuperar parte do terreno perdido, mas não chegou ao nível pré-manifestações.
Pesam ainda questões relacionadas à economia. A inflação tem se mantido em níveis elevados enquanto a economia brasileira não tem demonstrado reação para crescer. Dilma passou também por apuros com seus aliados, tensão que culminou com a ameaça de rompimento com o PMDB.
Essa crise foi debelada, pelo menos parcialmente, garantindo a homologação de Michel Temer, para compor novamente a chapa com Dilma, mas parte dos peemedebistas não trabalhará para a reeleição.
Petistas preocupam-se agora em combater críticas da oposição confrontando de maneira "didática" os 12 anos das gestões de Dilma (2011-2014) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e os oito anos do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O vice-líder do governo na Câmara José Guimarães (PT-PE) afirmou que a tarefa é "organizar uma campanha pedagógica para mostrar o que significam esses 12 anos de governo do PT".

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