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O apresentador Luciano Huck, da
Rede Globo Televisão, publicou nesta terça-feira 24 de Junho uma chamada
em suas redes sociais, que pode muito bem ser entendida como um
estímulo ao turismo sexual no Rio de Janeiro.
Huck publicou a
mesma chamada em seu facebook, que segundo o Blog do Julio Hungria, já
havia alcançado 22.096 likes e 2.903 shares, antes de ser retirada do
ar.
Na contramão dos esforços de governantes e organizações de
direitos humanos, Luciano Huck - como em um insight versão teen de Oscar
Moroni - não parece preocupado em garantir o fim do turismo sexual no
Brasil.
Ao contrário – como é de seu feitio – bem como o fez no
episódio das bananas quando ganhou dinheiro vendendo camisetas com a
insignia racista #somostodosmacacos, não parece gratuito ou inocente o
convite global “às solteiras”.
Como bom empreendedor, mais parece
estar inaugurando um novo negócio como promotor público de turismo
sexual ou, numa linguagem mais coloquial, um novo programa: “O Cafetão
do Huck!”.
Como resposta à pressão de movimentos sociais e de
direitos humanos preocupados com a exploração do turismo sexual
especialmente no período de copa do mundo, a própria presidenta Dilma
disse que o Ministério do Turismo, a Secretaria de Política para as
Mulheres e a Secretaria de Direitos Humanos estariam firmes no combate à
exploração sexual durante o evento.
Apesar
das manifestações e do dito “aperto” dos governos às ações de promoção
ao turismo sexual, não faltaram exemplos de provocação e chamarizes
públicos, dos desejos de visitantes, para muito além dos gramados e dos
craques de cuecas.
E mais: é preciso também avaliar em que medida
a própria Rede Globo deve ser acionada, uma vez que o promotor da
chamada é um de seus principais expoentes e a veiculação da informação é
feita também em um dos seus sites institucionais.
Espera-se que
os governos e suas autoridades se manifestem e cobre responsabilidades. A
omissão nesse caso, reforça a ideia de mais um lamentável legado da
Copa: a tolerância e conivência ao turismo sexual e à violência contra
mulheres.
Texto originalmente publicado no site da Carta Capital
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