terça-feira, 27 de maio de 2014

Técnicos do MDA apontam perda de safra de apenas 15%


Em Várzea Alegre, a safra de milho já é considerada elevada, mesmo em área menor
Em Várzea Alegre, a safra de milho já é considerada elevada, mesmo em área menor
FOTO: HONÓRIO
Iguatu. Técnicos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) participaram de reuniões em cidades polos do Interior, com o objetivo de orientar os escritórios da Ematerce e das Secretarias de Agricultura dos municípios. Em Iguatu, reunidos no auditório do Sebrae, a orientação dada foi de que seria inútil solicitar do MDA o laudo de produção. "Não há sentido em pedir esse laudo porque a perda é localizada e em torno de 15%, pelo menos na região Centro-Sul", disse o gerente regional da Ematerce, Joaquim Virgulino Neto.
De acordo com o gerente da Ematerce, em Icó, Francisco Pereira Alencar, que participou da reunião em Iguatu, os técnicos da SDA e do MDA afirmaram de que não será aceito argumento por parte do agricultor de que não fez plantio por falta de chuva nos municípios. "Choveu bem para a agricultura, mas faltou água suficiente para a recarga dos reservatórios", confirmou Alencar.
O gerente do escritório da Ematerce, em Crateús, Raimundo Lira Galvão, disse que apenas o município de Novo Oriente deve solicitar o laudo de vistoria da safra. "Em Crateús e Ipaporanga não houve prejuízo significativo de produção agrícola e por isso não vão solicitar o laudo ao MDA", frisou.
A SDA não apresentou ainda um balanço sobre a produção agrícola de sequeiro neste ano no Ceará. Há uma expectativa de ampliação do número de vagas no Garantia Safra, mas oficialmente a SDA não recebeu comunicado do MDA. Diante do quadro atual da safra agrícola de sequeiro é provável a redução significativa de desembolso do Garantia Safra com relação a 2014, no Ceará.

Está prevista para a próxima sexta-feira, dia 30, segundo a coordenadora do Grupo de Estatísticas Agropecuárias do IBGE, Regina Dias, no relatório mensal referente a maio sobre a safra agrícola no Estado. "As equipes técnicas estão em campo. Até o momento, não há indicativo de perdas superior a 30%, mesmo nas regiões mais críticas, como Sertões de Canindé e Sertão Central", afirmou ela.
O Garantia Safra é liberado somente quando ocorre perda igual ou superior a 50%. Com os atuais dados, há forte indicativo de que a maioria dos municípios não terá necessidade deste aposte de recurso federal.
Com a aproximação do fim da quadra chuvosa no Ceará, no próximo sábado, dia 31 de maio, técnicos das Secretarias de Agricultura e gestores municipais analisam se devem ou não solicitar do Ministério do Desenvolvimento Agrária (MDA) o laudo de vistoria da produção agrícola. Esse documento é indispensável para a liberação do Garantia Safra referente à produção agrícola de 2014, caso ocorra perda igual ou superior a 50%.
O quadro atual é de que, na maioria dos municípios, não houve perda significativa, mas sim redução de área de cultivo, em torno de 20% em relação a 2013, segundo dados já apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em pesquisa sobre a produção agrícola.
Pelo menos nas regiões Centro-Sul e Sul do Ceará (Cariri), o quadro atual é de safra acima da expectativa inicial, com boa colheita de milho e feijão e, consequentemente, de não solicitação de laudos de produção agrícola de sequeiro (aquela que depende exclusivamente de chuva).
A realidade mostra que as chuvas favoreceram o setor agrícola e a formação de pastagem para o gado, apesar de ser crítico o nível dos reservatórios. "O problema neste ano não é a produção agrícola, mas a falta de água nos reservatórios para o abastecimento humano", observou o gerente da Ematerce, em Icó, Francisco Pereira Alencar.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, anunciou que o número de vagas no programa seria ampliado, beneficiando a região Nordeste, por ocasião do lançamento, na manhã de ontem, em Brasília, do Plano Safra para a Agricultura Familiar.
O Plano Safra da Agricultura Familiar tem por objetivo estimular e ampliar a produção do setor. A novidade é que o seguro agrícola, a partir de agora, vai valorizar a receita esperada pelo agricultor, em vez do custo de produção.
No Ceará, o pagamento do Garantia Safra foi concluído neste mês para 304 mil produtores rurais da agricultura familiar cadastrados no programa, referente a safra de 2013.
Esses produtores agora vivem a expectativa de recebimento de parcelas mensais no valor de R$ 80,00 do Auxílio Emergencial Financeiro (Bolsa Estiagem) a partir do mês de maio.
A medida foi anunciada recentemente pela presidente Dilma Rousseff, que encaminhou Medida Provisória autorizando o pagamento até dezembro próximo.
Aftosa
O secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará, Nelson Martins, está em Paris, participando do Congresso Internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Também integram a comitiva o presidente da Adagri, Augusto Júnior, e o presidente da Ematerce, José Maria Pimenta. O Ceará vai receber o reconhecimento internacional por ter alcançado o status de região livre de aftosa por vacinação.
O evento prossegue até o próximo dia 30. O titular da SDA demonstra otimismo com o reconhecimento internacional. "Cumprimos todas as exigências da OIE e do Mapa e esperamos, junto aos demais estados do Nordeste e o Norte do Pará receber este reconhecimento", afirmou.
O Ceará agora poderá exportar para a Europa, América do Norte, Ásia e África os produtos de origem bovina (carne e leite), através dos Portos do Pecém e Mucuripe. Daí a importância dos produtores continuarem vacinando o rebanho. A vacinação contra a febre aftosa prossegue até 31 de maio, com confirmação posterior junto à Adagri.

Mais informações
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA)
(85) 3101.8105
Ematerce
(85) 3217.7872
Honório Barbosa
Repórter
Caramujo ataca plantios em Mulungu
Mulungu. Os sítios e hortas de pequenos produtores rurais neste município, no Maciço de Baturité, estão sendo atacados por uma praga bem diferente das convencionais combatidas no Interior do Ceará, de formigas e de lagartas. Segundo o secretário municipal do Desenvolvimento Agropecuário, Francisco Camurça, os invasores são caramujos africanos. O problema foi detectado há pouco mais de uma semana, mas como os moluscos se reproduzem rapidamente, ele e sua equipe já estão criando um plano de ação para combater a praga.
Esta semana Francisco Camurça já começou a se reunir com representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e lideranças comunitárias para iniciarem uma campanha de mobilização. Quanto maior for o número de participantes mais rapidamente o problema será solucionado. A preocupação ocorre porque, além de se proliferem rapidamente, os caramujos têm habito noturno, sendo mais difícil de localizar suas colônias. O combate é tão difícil quanto ao mosquito da dengue. Se o vizinho não ajudar, eles se multiplicam novamente.
Além das plantações de feijão e de milho o caramujo se alimenta de qualquer vegetal. Sem o controle até os bananais e pomares correm o risco de ser devorados. Como praticamente não existem predadores naturais, como tejos e gaviões, haverá necessidade dos técnicos, produtores e a população se unirem para enfrentarem a praga.
A única maneira de evitar o aumento crescente dos caramujos é efetuando a coleta manual. Após o recolhimento, os espécimes serão despejados em vasilhames com sal ou cal e depois, incinerados. Mas há necessidade de engajamento de todos, tanto das entidades públicas como os pequenos produtores e até moradores de Mulungu. "Com o apoio da comunidade será possível controlar a praga em no máximo 60 dias", avaliou o secretário. Essa é a expectativa do produtor rural Antônio de Pádua, da localidade de Couro, na periferia da cidade. Além dele, outros 20 pequenos produtores tiveram suas plantações de feijão dizimadas pelo caramujo. Eles já detectaram focos da praga nas comunidades de Guritiba, Petrópolis e Flamengo. De acordo com o gerente do escritório regional da Ematerce, Sinival da Costa Lopes, no ano passado, o mesmo tipo de parasita atacou plantações no vizinho município de Pacoti.
Em Redenção, anos antes também houve foco da mesma praga. Os moluscos, da classe Gastropoda, de concha cônica marrom ou mosqueada de tons claros, nativos da África, foram introduzidos na região do Maciço de Baturité na década de 1980, para substituir o escargot.
Diante do novo desafio, o secretário Francisco Camurça pretende convidar biólogos pesquisadores da Universidade de Integração Internacional da Losofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da Universidade Federal do Ceará (UFC) para realizarem estudos e criarem mecanismos de prevenção ao visitante indesejável. Por enquanto, além da chegada dos caramujos, como alternativa para comercialização nos restaurantes, sabe-se apenas que a procriação aumenta com a chegada de temperaturas frias, chuvas e intervalos com forte calor, como vem ocorrendo nesta região serrana.
O agente regional de saúde pública da Funasa, João Vianei, participou do combate a praga do caramujo no ano passado, em Pacoti. Após consumirem toda a plantação de chuchu, a Prefeitura pagou até R$ 5,00 por balde cheio de conchas. Até crianças participaram da coleta. Na avaliação dele a proliferação em Mulungu em breve deverá atingir a mesma proporção se não agirem rapidamente. É uma espécie extremamente prolífica, alcançando a maturidade sexual aos quatro ou cinco meses. Sua fecundação é mútua, pois são hermafroditas e podem realizar até cinco posturas por ano, podendo atingir de 50 a 400 ovos por postura. Os moluscos africanos atingem até 18cm de comprimento de concha e pesam até 500g. A espécie é mais ativa no inverno, mas resistente ao frio e à seca.
Mais informações
Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário de Mulungu
Rua Coronel Justino Café, 432 Centro -Maciço de Baturité
Telefone: (85) 3328.1194
Alex Pimentel
Colaborador

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