Em Várzea Alegre, a safra de milho já é considerada elevada, mesmo em área menor
FOTO: HONÓRIO
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Iguatu. Técnicos do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA)
participaram de reuniões em cidades polos do Interior, com o objetivo de
orientar os escritórios da Ematerce e das Secretarias de Agricultura
dos municípios. Em Iguatu, reunidos no auditório do Sebrae, a orientação
dada foi de que seria inútil solicitar do MDA o laudo de produção. "Não
há sentido em pedir esse laudo porque a perda é localizada e em torno
de 15%, pelo menos na região Centro-Sul", disse o gerente regional da
Ematerce, Joaquim Virgulino Neto.
De acordo com o gerente da Ematerce, em Icó, Francisco Pereira Alencar,
que participou da reunião em Iguatu, os técnicos da SDA e do MDA
afirmaram de que não será aceito argumento por parte do agricultor de
que não fez plantio por falta de chuva nos municípios. "Choveu bem para a
agricultura, mas faltou água suficiente para a recarga dos
reservatórios", confirmou Alencar.
O gerente do escritório da Ematerce, em Crateús, Raimundo Lira Galvão,
disse que apenas o município de Novo Oriente deve solicitar o laudo de
vistoria da safra. "Em Crateús e Ipaporanga não houve prejuízo
significativo de produção agrícola e por isso não vão solicitar o laudo
ao MDA", frisou.
A SDA não apresentou ainda um balanço sobre a produção agrícola de
sequeiro neste ano no Ceará. Há uma expectativa de ampliação do número
de vagas no Garantia Safra, mas oficialmente a SDA não recebeu
comunicado do MDA. Diante do quadro atual da safra agrícola de sequeiro é
provável a redução significativa de desembolso do Garantia Safra com
relação a 2014, no Ceará.
Está prevista para a próxima sexta-feira, dia 30, segundo a
coordenadora do Grupo de Estatísticas Agropecuárias do IBGE, Regina
Dias, no relatório mensal referente a maio sobre a safra agrícola no
Estado. "As equipes técnicas estão em campo. Até o momento, não há
indicativo de perdas superior a 30%, mesmo nas regiões mais críticas,
como Sertões de Canindé e Sertão Central", afirmou ela.
O Garantia Safra é liberado somente quando ocorre perda igual ou
superior a 50%. Com os atuais dados, há forte indicativo de que a
maioria dos municípios não terá necessidade deste aposte de recurso
federal.
Com a aproximação do fim da quadra chuvosa no Ceará, no próximo sábado,
dia 31 de maio, técnicos das Secretarias de Agricultura e gestores
municipais analisam se devem ou não solicitar do Ministério do
Desenvolvimento Agrária (MDA) o laudo de vistoria da produção agrícola.
Esse documento é indispensável para a liberação do Garantia Safra
referente à produção agrícola de 2014, caso ocorra perda igual ou
superior a 50%.
O quadro atual é de que, na maioria dos municípios, não houve perda
significativa, mas sim redução de área de cultivo, em torno de 20% em
relação a 2013, segundo dados já apresentados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) com base em pesquisa sobre a produção
agrícola.
Pelo menos nas regiões Centro-Sul e Sul do Ceará (Cariri), o quadro
atual é de safra acima da expectativa inicial, com boa colheita de milho
e feijão e, consequentemente, de não solicitação de laudos de produção
agrícola de sequeiro (aquela que depende exclusivamente de chuva).
A realidade mostra que as chuvas favoreceram o setor agrícola e a
formação de pastagem para o gado, apesar de ser crítico o nível dos
reservatórios. "O problema neste ano não é a produção agrícola, mas a
falta de água nos reservatórios para o abastecimento humano", observou o
gerente da Ematerce, em Icó, Francisco Pereira Alencar.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, anunciou que o
número de vagas no programa seria ampliado, beneficiando a região
Nordeste, por ocasião do lançamento, na manhã de ontem, em Brasília, do
Plano Safra para a Agricultura Familiar.
O Plano Safra da Agricultura Familiar tem por objetivo estimular e
ampliar a produção do setor. A novidade é que o seguro agrícola, a
partir de agora, vai valorizar a receita esperada pelo agricultor, em
vez do custo de produção.
No Ceará, o pagamento do Garantia Safra foi concluído neste mês para
304 mil produtores rurais da agricultura familiar cadastrados no
programa, referente a safra de 2013.
Esses produtores agora vivem a expectativa de recebimento de parcelas
mensais no valor de R$ 80,00 do Auxílio Emergencial Financeiro (Bolsa
Estiagem) a partir do mês de maio.
A medida foi anunciada recentemente pela presidente Dilma Rousseff, que
encaminhou Medida Provisória autorizando o pagamento até dezembro
próximo.
Aftosa
O secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará, Nelson
Martins, está em Paris, participando do Congresso Internacional da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Também integram a comitiva o
presidente da Adagri, Augusto Júnior, e o presidente da Ematerce, José
Maria Pimenta. O Ceará vai receber o reconhecimento internacional por
ter alcançado o status de região livre de aftosa por vacinação.
O evento prossegue até o próximo dia 30. O titular da SDA demonstra
otimismo com o reconhecimento internacional. "Cumprimos todas as
exigências da OIE e do Mapa e esperamos, junto aos demais estados do
Nordeste e o Norte do Pará receber este reconhecimento", afirmou.
O Ceará agora poderá exportar para a Europa, América do Norte, Ásia e
África os produtos de origem bovina (carne e leite), através dos Portos
do Pecém e Mucuripe. Daí a importância dos produtores continuarem
vacinando o rebanho. A vacinação contra a febre aftosa prossegue até 31
de maio, com confirmação posterior junto à Adagri.
Mais informações
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA)
(85) 3101.8105
Ematerce
(85) 3217.7872
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(85) 3101.8105
Ematerce
(85) 3217.7872
Honório Barbosa
Repórter
Repórter
Caramujo ataca plantios em Mulungu
Mulungu. Os sítios e hortas de pequenos produtores
rurais neste município, no Maciço de Baturité, estão sendo atacados por
uma praga bem diferente das convencionais combatidas no Interior do
Ceará, de formigas e de lagartas. Segundo o secretário municipal do
Desenvolvimento Agropecuário, Francisco Camurça, os invasores são
caramujos africanos. O problema foi detectado há pouco mais de uma
semana, mas como os moluscos se reproduzem rapidamente, ele e sua equipe
já estão criando um plano de ação para combater a praga.
Esta semana Francisco Camurça já começou a se reunir com representantes
da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce),
da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e lideranças comunitárias para
iniciarem uma campanha de mobilização. Quanto maior for o número de
participantes mais rapidamente o problema será solucionado. A
preocupação ocorre porque, além de se proliferem rapidamente, os
caramujos têm habito noturno, sendo mais difícil de localizar suas
colônias. O combate é tão difícil quanto ao mosquito da dengue. Se o
vizinho não ajudar, eles se multiplicam novamente.
Além das plantações de feijão e de milho o caramujo se alimenta de
qualquer vegetal. Sem o controle até os bananais e pomares correm o
risco de ser devorados. Como praticamente não existem predadores
naturais, como tejos e gaviões, haverá necessidade dos técnicos,
produtores e a população se unirem para enfrentarem a praga.
A única maneira de evitar o aumento crescente dos caramujos é efetuando
a coleta manual. Após o recolhimento, os espécimes serão despejados em
vasilhames com sal ou cal e depois, incinerados. Mas há necessidade de
engajamento de todos, tanto das entidades públicas como os pequenos
produtores e até moradores de Mulungu. "Com o apoio da comunidade será
possível controlar a praga em no máximo 60 dias", avaliou o secretário.
Essa é a expectativa do produtor rural Antônio de Pádua, da localidade
de Couro, na periferia da cidade. Além dele, outros 20 pequenos
produtores tiveram suas plantações de feijão dizimadas pelo caramujo.
Eles já detectaram focos da praga nas comunidades de Guritiba,
Petrópolis e Flamengo. De acordo com o gerente do escritório regional da
Ematerce, Sinival da Costa Lopes, no ano passado, o mesmo tipo de
parasita atacou plantações no vizinho município de Pacoti.
Em Redenção, anos antes também houve foco da mesma praga. Os moluscos,
da classe Gastropoda, de concha cônica marrom ou mosqueada de tons
claros, nativos da África, foram introduzidos na região do Maciço de
Baturité na década de 1980, para substituir o escargot.
Diante do novo desafio, o secretário Francisco Camurça pretende
convidar biólogos pesquisadores da Universidade de Integração
Internacional da Losofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da Universidade
Federal do Ceará (UFC) para realizarem estudos e criarem mecanismos de
prevenção ao visitante indesejável. Por enquanto, além da chegada dos
caramujos, como alternativa para comercialização nos restaurantes,
sabe-se apenas que a procriação aumenta com a chegada de temperaturas
frias, chuvas e intervalos com forte calor, como vem ocorrendo nesta
região serrana.
O agente regional de saúde pública da Funasa, João Vianei, participou
do combate a praga do caramujo no ano passado, em Pacoti. Após
consumirem toda a plantação de chuchu, a Prefeitura pagou até R$ 5,00
por balde cheio de conchas. Até crianças participaram da coleta. Na
avaliação dele a proliferação em Mulungu em breve deverá atingir a mesma
proporção se não agirem rapidamente. É uma espécie extremamente
prolífica, alcançando a maturidade sexual aos quatro ou cinco meses. Sua
fecundação é mútua, pois são hermafroditas e podem realizar até cinco
posturas por ano, podendo atingir de 50 a 400 ovos por postura. Os
moluscos africanos atingem até 18cm de comprimento de concha e pesam até
500g. A espécie é mais ativa no inverno, mas resistente ao frio e à
seca.
Mais informações
Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário de Mulungu
Rua Coronel Justino Café, 432 Centro -Maciço de Baturité
Telefone: (85) 3328.1194
Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário de Mulungu
Rua Coronel Justino Café, 432 Centro -Maciço de Baturité
Telefone: (85) 3328.1194
Alex Pimentel
Colaborador
Colaborador
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