quarta-feira, 28 de maio de 2014

Radialista cearense é a “voz do Castelão” nos jogos da Copa do Mundo em Fortaleza

Cláudio Canadá é a voz do Castelão na Copa do Mundo (Foto: Acervo pessoal)
Cláudio Canadá é a voz do Castelão na Copa (Foto: Acervo pessoal)
Por Rafael Luis Azevedo
Ladies and gentlemen…” Nos últimos 12 meses, muita gente pediu para Cláudio Canadá dizer isso, em inglês. Sua voz é inconfundível, entre quem esteve nos jogos de Fortaleza na Copa das Confederações, em 2013. Radialista há 28 anos, ele é o locutor oficial do Castelão nos eventos da Fifa. E já está na contagem regressiva para a Copa do Mundo.
Cláudio está à frente do sistema de som do Castelão, na locução em português e inglês. O domínio do segundo idioma foi fundamental para a maior oportunidade profissional de sua vida. “A Fifa precisava de alguém fluente, então surgiu o convite”, conta o radialista de 43 anos, locutor da rádio Jangadeiro FM.

Se na emissora a linguagem é despojada, no Castelão o ritmo é outro. A exigência segue o “padrão Fifa”: a locução tem que ser imparcial, sem vibração, e no momento certo. “É muito tenso. Por exemplo, eu recebo orientações para falar sobre o Fuleco às 15h52min25. Até os segundos!”, surpreende-se.
No microfone, Cláudio não fala nada no improviso. Tudo que é dito está num roteiro escrito por outra pessoa. Além do locutor, outros sete profissionais fazem parte da equipe que cuida do som e do telão: coordenador, produtor, operador de áudio, técnico de áudio e vídeo, outro técnico de vídeo, editor e DJ.
Todos ficam numa sala no topo do estádio Castelão. Se o jogo começa às 16h, a operação inicia às 10h, com um primeiro teste. Às 11h, há um ensaio geral com a equipe de campo. Às 13h, são abertas as atividades de vídeo e som no aquecimento para o jogo. Com o apito final às 18h, eles só deixam a cabine uma hora depois.
Apesar do cansaço, há seus prazeres. Especialmente para o locutor, que passa a ter a voz reconhecida. Inclusive internacionalmente, já que certos trechos aparecem nas transmissões, como no momento dos hinos. “Um amigo no exterior comentou comigo que percebeu minha voz antes do jogo. Isso é muito legal”, envaidece.
O momento mais marcante até aqui foi vivido na partida do Brasil contra o México, quando o público cantou o hino nacional à capela. “O trecho da música tem 90 segundos, e então quando acabou e o público continuou a cantar, teve gente na cabine que achou que alguém havia interrompido a gravação. Até hoje fico arrepiado quando lembro”, revive.
Depois de três jogos na Copa das Confederações, Cláudio agora está escalado para mais seis na Copa do Mundo. Com mais partidas na agenda, são mais possibilidades de nomes esquisitos para falar na escalação. “Não estou preocupado. Como não veio a República Checa, estou tranquilo”, brinca.
Pois comece a treinar para o jogo da Grécia contra a Costa do Marfim. Dizer os nomes de Sokratis Papastathopoulos, Panagiotis Tachtsidis, Lazaros Christodoulopoulos e seus amigos vai ser dureza!
Cláudio Canadá na cabine do Castelão (Foto: Acervo pessoal)

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