O Ministério Público Federal propôs, nesta terça-feira (20), ação
cautelar com pedido de liminar em caráter de urgência para que seja
suspenso o reajuste das tarifas de energia elétrica concedido pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) à Companhia Energética do Ceará (Coelce).
A cautelar, de autoria da procuradora da República Nilce Cunha
Rodrigues, tem por objetivo impedir que o consumidor seja penalizado com
cobranças indevidas.
Na mesma ação, a procuradora sugere, como alternativa, que seja
autorizado apenas o reajuste no percentual proposto pela Coelce, de 13,68%, sem os créditos do ICMS incluídos
pela Agência. O MPF também pede que seja fixada multa diária no valor
de R$ 10 mil por dia no caso de eventual descumprimento da medida
liminar.
A ação é resultado de procedimento preparatório instaurado com base em notícias sobre o aumento abusivo na tarifa de energia elétrica pela Coelce.
De acordo com matérias publicadas pela imprensa, a companhia, mediante
autorização da Aneel, incluiu no cálculo para reajuste das tarifas
custos do ICMS que arcara no período de maio de 2003 a fevereiro de
2014. O crédito alegado pela Coelce em relação ao tributo estadual gira
em torno de 107,8 milhões, que seria dividido em quatro parcelas.
Ainda no início de maio, o MPF havia requisitado informações à Aneel em
relação ao percentual de aumento autorizado à Coelce, a pretexto de
compensar os custos do ICMS. No ofício, a procuradora pediu também que
fosse enviada a documentação referente à autorização concedida. No
entanto, até esta terça-feira (20), nenhuma resposta da Aneel chegou ao
órgão ministerial.
Na ação cautelar proposta, a procuradora Nilce Cunha argumenta que
"visa a proteção do consumidor para não ser penalizado com aumentos
abusivos nas tarifas de energia elétrica a pretexto de resolver
pendências tributárias da Coelce". Nilce ressalta que é função
institucional do Ministério Público Federal promover ação civil pública
para a proteção de interesses difusos e coletivos, nos quais estão
abrangidos os interesses e direitos dos consumidores.
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