Só
ria. É isso que o fotógrafo Igor Barbosa pede às pessoas: um sorriso. E
desse sorriso, ele tenta contagiar outras pessoas a sorrirem também.
Para isso, imprime as fotos de seus fotografados e as espalha pela cidade.
Igor
Barbosa mergulhou no mundo da fotografia aos 18 anos e, hoje, com 25,
não pretende sair tão cedo. A paixão pela fotografia o motivou a
eternizar amigos e familiares. Em conversas informais, tanto ele quanto
os fotografados começavam a rir. Nesse momento, quase que
automaticamente, Igor os fotografava. E assim, despretenciosamente, o
projeto foi criado.
Iniciado no começo de 2014, o “Só ria” já possui 200 fotos e muitas delas podem ser vistas por Fortaleza:
no Centro da cidade, no Dragão do Mar, na Praia de Iracema, em
universidades, em postes, paredes, topiques, na praia e em muros. As
imagens são de crianças, jovens, adultos, idosos e até de animais
sorrindo.
Além de Fortaleza, o projeto já chegou a São Paulo e Lisboa
através da colaboração de amigos. O trabalho é um investimento pessoal e
não possui fins lucrativos. A contagia que o sorriso traz é o que
motiva o fotógrafo a dar continuidade ao projeto: “Para todos que mostro
o projeto, sem querer, começam a rir vendo o retrato de uma criança
sorrindo, de um cachorro e até da minha vó.”
A cada semana, Igor imprime 100 fotos de pessoas
que fotografou para espalhar pela cidade. Algumas fotos são pequenas e
normalmente são adesivadas em postes, cabines telefônicas e paredes. A
maioria é adesivada por ele mesmo nos locais por onde passa e outra
parte é entregue a amigos que viajarão para outros estados e até para o
exterior.
Há fotos impressas
com até 3 metros de altura, que ocupam uma parede toda e são fixadas em
pontos estratégicos, como o cruzamento das avenidas Dom Luís e Virgílio
Távora. Outros cruzamentos já estão em estudo para ganharem novos
sorrisos: Washington Soares, Luciano Carneiro, 13 de Maio e Beira-Mar.
O
objetivo, segundo o idealizador, é que ao parar no sinal, as pessoas
possam ver a imagem do sorriso e tenham o mesmo sentimento do
fotografado. “Já recebi algumas mensagens de pessoas dizendo que adoram
ver as fotos porque morrem de rir. A ideia de espalhar pela cidade é
exatamente essa”, brinca.
Capturando sorrisos
Para registrar o exato momento do sorriso, Igor conversa com o fotografado para criar uma intimidade,
por isso trabalha sozinho. Muitas vezes a estratégia não funciona,
então ele pede ao fotografado para soltar a risada mais falsa que possa
ter. Logo depois que a pessoa solta esse riso, percebe o quão falso foi e
ri de si mesma. É nessa hora que o click acontece. “Esse é o sorriso
verdadeiro”, enfatiza.
Devido a sua
profissão, Igor costuma participar de eventos onde famosos estão
presentes. Quando é possível, ele vai até o camarim ou onde o famoso
esteja. Em seguida, procura uma parede branca (que serve como fundo pra
foto), explica o projeto e faz o convite. Alguns recusaram mas outros
aceitaram devido ao objetivo do “Só Ria”.
Além
das fotos espalhadas pela cidade, Igor criou uma conta no Instagram
(@projetosoria) para reunir as fotos e possui um número no Whatsapp para
interagir com quem deseja participar do projeto. Pelo Whatsapp, o
fotógrafo explica como captura as imagens e onde estará para fotografar
os interessados. Essa interação acontece tanto em Fortaleza quanto em
outros estados que visita.
O valor de um sorriso
“Algumas
pessoas colecionam carros, outras selos, eu, apenas sorrisos. Existem
vários motivos pra nos deixar tristes, mas eu tento desviar o pensamento
da pessoa durante as fotos. Ali é apenas eu, ela e o sorriso”, explica o
fotógrafo.
Apesar de fotografar várias pessoas, Igor tem receio de ser fotografado.
“Algumas pessoas já se ofereceram para tirar minha foto sorrindo para o
projeto, mas criei regras: Eu tenho que fotografar todos que participem
do Só Ria, logo, como não sou muito da onda ‘selfie’, acho difícil ter
minha foto”, brinca.
Ele também
pretende ajudar crianças carentes com o seu trabalho. Algumas das fotos
que tirou de crianças na Comunidade Rosalina não estão no projeto pois
em breve fará quadros dos sorrisos capturados que serão vendidos pelo
preço que o cliente queira pagar. Todo o dinheiro vai pra uma escolinha
que conheceu no dia que fotografou as crianças.
Futuramente, Igor
Barbosa pretende reunir as fotografias em um livro. “Sempre quis
escrever um livro, mas sou péssimo com as palavras, e porque não um
livro daquilo que trabalho? É possível sim ler uma fotografia e se uma
imagem vale mais que algumas palavras, um sorriso fala mais do que um
livro todo”, conclui.
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