Aplicado a cada três anos e voltado para leitura, ciências e matemática, o Pisa avaliou 85 mil estudantes de
FOTO: JOSÉ LEOMAR
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São Paulo O Brasil decepcionou mais uma vez no Pisa,
avaliação internacional que mede competências de alunos em diferentes
nações. A educação brasileira amargou o 38º lugar em uma lista de 44
países, de acordo com o resultado divulgado ontem pela Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Tradicionalmente voltado para Leitura, Matemática e Ciências, pela
primeira vez o Pisa mediu a capacidade de estudantes de 15 anos em
resolver problemas mais complexos de lógica e raciocínio. No topo do
ranking ficaram países asiáticos como Cingapura, Coreia do Sul e Japão.
Já entre os últimos colocados, estão Uruguai, Bulgária e Colômbia. O
resultado do Brasil, de 428 pontos, ficou abaixo da média da OCDE, que
era de 500 pontos. O Pisa também mediu distorções regionais nas
habilidades dos estudantes. Enquanto a Região Sudeste do País teve 447
pontos, o Nordeste registrou apenas 393. O Norte teve o pior índice
entre os brasileiros, com 383 pontos, abaixo no ranking global apenas de
algumas regiões dos Emirados Árabes Unidos. Aplicado a cada três anos e
voltado para leitura, ciências e matemática, o Pisa avaliou 85 mil
estudantes e, pela primeira vez, mediu a capacidade de resolução de
problemas mais elaborados de lógica e raciocínio.
No Brasil, menos de 2% dos estudantes avaliados atingiram a performance máxima.
Problemas estruturais
O resultado do Pisa é o reflexo de problemas estruturais da educação
brasileira, na avaliação do coordenador da Campanha Nacional pelo
Direito à Educação (CNDE), Daniel Cara.
"Isso decorre da maneira como se organiza a gestão da educação no
Brasil. Se tem forte responsabilização dos governos municipais e
estudais e participação aquém do necessário do governo federal. É um
problema estrutural que vem desde a época da proclamação da República. O
governo federal é quem mais arrecada recursos e quem menos contribui na
área de educação", disse Cara sobre os resultados do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012.
Segundo ele, para avançar na qualidade da educação é preciso que haja complementação de recursos do governo federal.
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