Após o PMDB do Rio ameaçar embarcar
na campanha do presidenciável tucano Aécio Neves, o governador do
Estado, Sérgio Cabral, disse ontem que o partido estará com a presidente
Dilma nas eleições deste ano e que buscará votos para ela nas ruas,
apesar de “erro político circunstancial” do PT no Estado. O PT saiu de
seu governo, foi para a oposição e terá candidato próprio.
“Nós
estamos juntos com Dilma e Temer (Michel, vice presidente). No PMDB do
Rio não há divisão, somos Dilma Rousseff”, disse o governador, ao lado
do vice-presidente. A declaração ocorreu depois de um encontro com a
presidente e o ministro Aloízio Mercadante (Casa Civil), entre outras
pessoas, em Brasília. Luiz Fernando Pezão, vice-governador e
pré-candidato do PMDB ao governo do Estado, também estava presente.
Segundo
Cabral, Dilma é sua “amiga pessoal” e compartilhou com ele a mesma
avaliação de que “o povo não compreenderá” se o PT do Rio “falar mal” de
um governo que esteve em aliança que durou sete anos e três meses, em
referência à união dos dois partidos no Estado.
“Às vezes, eu
compreendo os companheiros do PMDB que ficaram chateados com os
companheiros do PT do Rio, mas nós temos de superar. A população não vai
compreender aqueles que saem do governo para falar mal da gente”,
afirmou Cabral. Ele reiterou que tanto Dilma como Mercadante têm a mesma
opinião.
Segundo o governador, o PMDB do Rio vai “votar
majoritariamente” para a continuidade da aliança nacional com o PT e o
apoio à candidatura Dilma. Cabral disse ainda que fará campanha para a
petista, apesar de “erros políticos circunstanciais”. Cabral fez
referência ao rompimento do PT do Rio com seu governo em fevereiro para
lançar o senador Lindberg Farias ao governo do Estado.
Pacto federativo
Em
discurso na inauguração de uma fábrica e em clima de campanha, Cabral
exaltou a necessidade de mudanças no pacto federativo para dar mais
autonomia a Estados e municípios e exaltou a “competência” de Pezão, seu
vice que assumirá o governo em seu lugar em cerca de 20 dias.
Segundo
o governador, Pezão ajudou a atrair empresas para o Estado. “Ter um
vice como o Pezão é um luxo.” Numa crítica à concentração “histórica” de
poder nas mãos do governo federal, o governador afirmou que os Estados
precisam ter poder de legislar e executar ações nos campos penais e
tributário (numa defesa a seu programa de incentivos fiscais), por
exemplo. O governador citou o modelo americano de tipificar crimes
estaduais e mencionou o caso da legalização da maconha em alguns
Estados. “O cidadão do Colorado pode fumar maconha. O do Texas, não”. (da Folhapress)
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