sábado, 15 de março de 2014

Maestro quer criar 100 orquestras com jovens no Ceará

Paulo Renato Abreu paulorenatoabreu@opovo.com.br

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João Carlos segue vivendo para música.

na foto visita à associação Tapera das Artes, em Aquiraz,

O sonho de criar mil orquestras no Brasil pode até parecer um plano audacioso. Para o maestro João Carlos Martins, não é. Com história de vida marcada por superação de dificuldades – como doenças e acidentes –, o músico aprendeu a se reinventar e acreditar no que faz. Aos 73 anos, João Carlos segue vivendo para música.

Em visita à associação Tapera das Artes, em Aquiraz, o músico oficializou ontem a parceria com a ONG cearense. João lançou campanha de arrecadação de instrumentos, divulgou o plano de montar mil orquestras pelo País – uma centena delas no Ceará – e regeu orquestra formada por 32 crianças do distrito de Tapera.

“Agora nossa meta para chegar às mil orquestras é descobrir uma Ritelza (diretora da Tapera das Artes) em cada estado do Brasil. Espero que, daqui a dois anos, a gente possa dizer: ‘O Ceará está liderando o projeto’”, afirma o maestro, que encontrou em Ritelza Cabral um apoio para o projeto iniciado há dois anos.


De lá para cá, já foram formadas 32 orquestras. Em visita a Aquiraz, João foi recebido por grupo de crianças da Orquestra Bachiana Jovem de Aquiraz. Depois de assistir aos jovens instrumentistas, o músico pediu para reger os cearenses, surpreendendo o grupo.

“Ele é um exemplo de superação. A vida fez de tudo para ele parar de tocar, mas ele não parou, foi regendo e continuou”, afirma Luciano dos Anjos, violoncelista. O menino de 13 anos é um dos “veteranos” do grupo com um ano e meio de dedicação à música. Luciano conta que começou a tocar flauta muito novo, assim como João Carlos Martins.

Para Ritelza, o encontro de ontem concretiza a realização de um “projeto maior”. A ONG, fundada em 1983, atende hoje cerca de 500 crianças.

Saiba mais

Biografia
João Carlos Martins nasceu em São Paulo, em 25 de junho de 1940. Começou a estudar piano ainda menino. Aos 26 anos, por causa da ruptura em um nervo, não pode mais tocar com a mão direita. Anos mais tarde, na Bulgária, foi assaltado, reagiu e foi atingido por uma barra de ferro na cabeça. Apesar dos problemas, segue trabalhando como maestro.

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