O sonho de criar mil
orquestras no Brasil pode até parecer um plano audacioso. Para o maestro
João Carlos Martins, não é. Com história de vida marcada por superação
de dificuldades – como doenças e acidentes –, o músico aprendeu a se
reinventar e acreditar no que faz. Aos 73 anos, João Carlos segue
vivendo para música.
Em visita à associação Tapera das Artes,
em Aquiraz, o músico oficializou ontem a parceria com a ONG cearense.
João lançou campanha de arrecadação de instrumentos, divulgou o plano de
montar mil orquestras pelo País – uma centena delas no Ceará – e regeu
orquestra formada por 32 crianças do distrito de Tapera.
“Agora
nossa meta para chegar às mil orquestras é descobrir uma Ritelza
(diretora da Tapera das Artes) em cada estado do Brasil. Espero que,
daqui a dois anos, a gente possa dizer: ‘O Ceará está liderando o
projeto’”, afirma o maestro, que encontrou em Ritelza Cabral um apoio
para o projeto iniciado há dois anos.
De lá para cá, já foram
formadas 32 orquestras. Em visita a Aquiraz, João foi recebido por
grupo de crianças da Orquestra Bachiana Jovem de Aquiraz. Depois de
assistir aos jovens instrumentistas, o músico pediu para reger os
cearenses, surpreendendo o grupo.
“Ele é um exemplo de
superação. A vida fez de tudo para ele parar de tocar, mas ele não
parou, foi regendo e continuou”, afirma Luciano dos Anjos,
violoncelista. O menino de 13 anos é um dos “veteranos” do grupo com um
ano e meio de dedicação à música. Luciano conta que começou a tocar
flauta muito novo, assim como João Carlos Martins.
Para
Ritelza, o encontro de ontem concretiza a realização de um “projeto
maior”. A ONG, fundada em 1983, atende hoje cerca de 500 crianças.
Saiba mais
Biografia
João
Carlos Martins nasceu em São Paulo, em 25 de junho de 1940. Começou a
estudar piano ainda menino. Aos 26 anos, por causa da ruptura em um
nervo, não pode mais tocar com a mão direita. Anos mais tarde, na
Bulgária, foi assaltado, reagiu e foi atingido por uma barra de ferro
na cabeça. Apesar dos problemas, segue trabalhando como maestro.
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