quarta-feira, 12 de março de 2014

Parlamentares cobram ações para reduzir violência entre torcidas organizadas

O vereador Capitão Wagner diz que essas experiências no Castelão são um teste para a Copa do Mundo FOTO: JL Rosa
O vereador Capitão Wagner  FOTO: JL Rosa

Por Yohanna Pinheiro e Miguel Martins
Em razão dos atos de violência vistos após o jogo entre Fortaleza e Ceará na Arena Castelão no último domingo, o deputado Capitão Wagner (PR) cobrou do Poder Público medidas mais efetivas para conter a insegurança pública.
“Enquanto tínhamos problemas localizados no entorno do Castelão e nos terminais, hoje o problema se generalizou em toda a cidade de Fortaleza”, apontou o parlamentar.
O parlamentar ressaltou que o jogo serviria de teste para como seriam os jogos durante a Copa do Mundo. “Infelizmente, o que a gente viu nas ruas de Fortaleza no domingo foi a prova de que as instituições estão desacreditadas”.

“Eu poderia ter trazido as imagens para mostrar para a população as cenas de horror, briga de torcida em pleno Henrique Jorge, de um lado a Cearamor e do outro a TUF”, afirmou Wagner, a respeito da violência que sua esposa presenciou na frente de sua casa. “As torcidas marcam as brigas através das redes sociais. A Polícia Civil tem que acompanhar isso e se antecipar – mas, devido ao baixo efetivo, não tem feito isso”.
O parlamentar clamou para que todas as instituições que componham o Poder Público participem do planejamento para a tomada de ações nesse segmento. “Câmara, Assembleia, Governos Municipal e Estadual, Secretaria de Segurança Cidadã e Secretaria de Segurança Pública para que tenhamos nova reestruturação. A gente solicita que o Ministério Público tome providência. Estou fazendo esse discurso para possamos dar as mãos para que tenhamos solução para a insegurança”, demanda.
Em aparte, o líder do governo na Casa, vereador Evaldo Lima (PCdoB) destacou que o titular da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude, Élcio Batista, iniciou ações voltadas às torcidas organizadas. “A prefeitura de Fortaleza iniciou uma série de debates, de ações propositivas para esse segmento”. Já o vereador Fábio Braga (PTN) propôs um cartão torcedor, somente com o qual se poderá ter acesso ao estádio. Com o cartão, se poderia ter acesso a informações como endereço e fixa corrida do detentor.
Assembleia Legislativa
O deputado João Jaime (DEM) também criticou, ontem, na Assembleia Legislativa, os confrontos entre torcidas organizadas durante os jogos do chamado Clássico Rei, entre Fortaleza e Ceará. Segundo ele, os torcedores das organizadas são “verdadeiros grupos de guerra” que foram criados para confrontos dentro e fora dos estádios, onde acontecem crimes, como tráficos de drogas e porte ilegal de armas.
Ele defendeu que o Estado precisa rever a situação das torcidas organizadas para acabar com tais grupos, que o parlamentar denominou de “gangues”. “Por que o Ministério Público não levanta esta bandeira? Tem é que fazer Justiça e colocar esses bandidos quadrilheiros na cadeia”, atacou.
Já a deputada Eliane Novais (PSB) criticou o estado em que se encontra a estrutura física do estádio Arena Castelão. Para a parlamentar a logística da entrada e saída dos veículos ao estacionamento do Arena Castelão está aquém do necessário para atender os visitantes do equipamento. “Segundo os torcedores, passou-se quase uma hora para sair de dentro do estádio. Falta planejamento, falta estudo que busque saída mais ágeis”, apontou.
Ela relatou ainda que o acesso às bilheterias do Castelão também é um problema constante. “O ambiente é altamente inseguro e ficam aquelas pessoas no sol ou na chuva sem o mínimo respeito”, reclamou. Um terceiro problema “crítico” está na falta de ventilação do equipamento e a Arena foi construída, segundo ela, de forma que barra a circulação do vento.
“O estádio ficou abafado, quente e ninguém pode aproveitar a brisa do Castelão. A sensação térmica é pior e há um grande desconforto principalmente para crianças e idosos”, disse ela. A parlamentar afirmou ainda que os torcedores têm ido aos banheiros, pois não há bebedouros no local.
Eliane Novais informou que irá enviar um ofício ao Ministério Público para que o órgão realize uma ação de inspeção no local. O deputado Mauro Filho (PROS) defendeu a construção do equipamento e disse que em relação ao estacionamento, o problema só existe porque as obras da rua ao lado do estádio ainda não estão totalmente concluídas.
Júlio César Filho disse que em nenhum estádio do mundo existe a distribuição de água para a população que faz uso dos equipamentos. Ele informou que conversou com a Secretaria do Esporte, destacando que o estádio foi o mais barato e o primeiro a ser entregue para a Copa. “Não há o que falar mal desde grande equipamento que o Governo do Estado entregou para a população cearense”.

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