terça-feira, 18 de março de 2014

Dilma empossa seis ministros

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A presidente, que tenta resolver impasse com a base aliada, ressaltou ontem que a troca de auxiliares "faz parte do regime democrático"
Foto: Agência Brasil
Brasília Em discurso de posse de seis novos ministros, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse, ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto, que o Brasil "deixou de ser o País do futuro" e que o povo se dá conta de quem é aliado. "O povo brasileiro é sábio e percebe quem está ao lado dele".
Em resposta aos adversários políticos que enfrentará nas urnas em outubro, a presidente respondeu que a troca de auxiliares faz parte do regime democrático. Entre os auxiliares que deixam o cargo, apenas um, Marco Antônio Raupp, não é pré-candidato nas eleições deste ano.
Na cerimônia, Dilma nomeou os novos ministros da Agricultura (Neri Geller); Ciência, Tecnologia e Inovação (Clélio Campolina Diniz); Cidades (Gilberto Occhi); Pesca (Eduardo Lopes); Desenvolvimento Agrário (Miguel Rossetto); e do Turismo (Vinicius Nobre Lage).

Ela pediu aos ministros empenho na execução de projetos em áreas sensíveis para o governo, como mobilidade urbana. A presidente também destacou a área de agricultura, que será comandada pelo antigo secretário de Política Agrícola da pasta.
Crise
Com tamanho reduzido na reforma ministerial, o PMDB da Câmara boicotou ontem a posse dos novos ministros. Apesar do movimento dos correligionários, senadores peemedebistas negaram um racha no partido e defendem que é preciso agora resolver divergências nas alianças estaduais com o PT.
O nome de Geller (Agricultura) tem o apoio dos deputados do PMDB, mas o novo titular do Turismo foi escolhido para prestigiar a bancada do PMDB do Senado. O Turismo era da cota do PMDB na Câmara.
Insatisfeitos com as discussões da reforma, que levou três meses, o PMDB da Câmara disse que não indicaria nomes para Turismo e Agricultura e ainda costurou a criação de um "blocão" de partidos para discutir a relação com o Planalto e até dificultar votações para o governo. A crise teve seu ponto alto durante o Carnaval, quando o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), travou guerra verbal com lideres do PT.
Na semana passada, o PMDB ainda puxou derrotas para o governo na Câmara. Deputados do PMDB fizeram questão de não ir ao evento, inclusive, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que tinha compromissos no Estado.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) disse que "não existe divisão entre Câmara e Senado. Vejo essa crise, colocando posições divergentes, mas não crise interna". Para o senador, a reforma "acalma os ânimos". "Nós somos aliados do governo e eu acho que essa questão ministerial é passado. Nós vamos discutir agora as coligações estaduais que são muito importantes", avaliou.
'Posição do partido será a da bancada', diz Cunha

Brasília O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou ontem que não terá posição individual e ficará a cargo da bancada decidir sobre as votações que serão analisadas.
Cunha se reuniu no início da noite com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o vice-presidente, Michel Temer, que tem sido escalado pelo governo para tentar controlar o aliado.
Esse é o primeiro encontro de Cunha com um ministro após comandar uma rebelião entre os parlamentares governistas contra a presidente Dilma Rousseff.
Na mesa do encontro estaria o mais recente temor do governo, o de ver o Marco Civil da Internet ser derrotado no plenário da Câmara. "Esclareço que é normal e sempre terei reuniões com governo. A posição será da bancada".

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