O Ceará desponta no cenário nacional como um dos estados em que mais se
prioriza o transplante de órgãos. Em 2013, o Estado foi o terceiro
lugar do Brasil em número de doadores efetivos por milhão da população
(pmp), ao atingir a marca de 22,2 pmp no ano passado. A meta do País em
2014 é chegar aos 15 doadores pmp, número já superado pelo Ceará em
2011. Foram 17,5 doadores por milhão naquele ano, número que subiu para
21,4 em 2012. Neste quesito, o Estado ficou atrás apenas do Distrito
Federal (33,1 pmp) e Santa Catarina (27,2 pmp).
De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) -
Dimensionamento dos Transplantes no Brasil e em cada estado (2006-2013),
o Ceará é ainda o quinto do País em número absoluto de transplantes de
órgãos. Foi estabelecido novo recorde, ao fechar o ano com 1.268
transplantes realizados. Em 2012, o número foi de 1.208. Já em 2011,
foram 1.243 procedimentos feitos no Estado, maior número até então.
O Ceará foi também o segundo maior transplantador de coração do Brasil
em 2013. Com a realização de 30 procedimentos, somente São Paulo (103
procedimentos) superou o Ceará. Igual posição foi observada em relação à
quantidade absoluta de transplantes de fígado.
Com 194 operações, novamente apenas São Paulo, com 648 cirurgias,
esteve à frente. Apesar disso, o Ceará orgulha-se de ser o maior
transplantador do órgão em relação à população, com 23 operações por
milhão de população. Outro destaque é em relação aos transplantes de
coração e pulmão. O Ceará é o segundo em transplantes por milhão da
população em ambos os órgãos. Nos transplantes de coração, o Distrito
Federal lidera com 11,3 intervenções. O Ceará registrou 3,5 operações
por milhão no ano que passou.
Exclusividade
O Ceará é o único Estado do Norte, Nordeste e Centro-Oeste que faz
transplante de pulmão. A exclusividade rendeu o status de segundo
transplantador por milhão da população do órgão no País, atrás somente
do Rio Grande do Sul. A quantidade de transplantes foi a terceira maior
em números absolutos, atrás de São Paulo e do Estado gaúcho.
O crescimento na quantidade de transplantes no Ceará nos últimos dez
anos é notório. Em 2003, 424 procedimentos foram realizados.
Praticamente um terço dos 1.268 feitos em 2013.
Os transplantes de córnea são os motores que impulsionam o número
recorde de operações registrado. A quantidade saltou de 241 em 2003 para
764 no ano passado. Na sequência, os procedimentos de transplante de
rim chamam a atenção, já que há dez anos foram 136, e em 2013 chegaram a
262 cirurgias. Contudo, proporcionalmente, o maior crescimento em
quantidade de operações no Ceará nos últimos anos foi percebido em
relação aos transplantes de fígado. De 28 procedimentos feitos em 2003, o
Estado saltou para a realização de 194 em 2013, maior número da
história até então.
Campanha
Doar órgãos é, além de um ato de solidariedade, uma maneira de eliminar
os percalços do preconceito. É a possibilidade de garantir uma nova
chance para um recomeço de vida. É vida que brota da vida que é
presenteada ao transplantado.
Por estes e outros pensamentos e ideais, a Fundação Edson Queiroz
lançou o movimento Doe de Coração, que fomenta a conscientização pela
doação voluntária de órgãos no Ceará.
A iniciativa, que completou dez anos em 2013, é realizada todo mês de
setembro. A campanha sensibiliza a sociedade sobre a temática através de
anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas,
cartazes e camisas. Há ainda a mobilização realizada em hospitais
públicos e privados, clínicas, escolas, no Sistema Verdes Mares, na
Universidade de Fortaleza (Unifor) e outras entidades.
Levi de FreitasRepórter
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