O caminhão percorrerá as nove capitais nordestinas levando história
fotos: elizângela santos
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Juazeiro do Norte. Os 170 anos do Padre Cícero Romão
será lembrado de forma bem intensa. Além de uma semana dedicada às
comemorações neste município, com uma extensa programação com missas e
debates, terá também como uma marca importante outra atividade: a
Caravana do Meu Padim, que dessa vez atravessa cidades do Brasil,
levando o nome de Juazeiro do Norte e do Ceará para todo o País e para
muitos que ainda desconhecem a história do religioso e também para
outros que pretendem lembrar de como foi a vida do sacerdote. A Caravana
leva conhecimento. Mas além disso, estará na sua bagagem artigos para
divulgar a cultura popular, como cordéis, artesanato, filmes sobre a
trajetória do Padre Cícero, que serão uma programação à parte no
caminhão.
O projeto tem a meta de se tornar permanente, conforme o coordenador
das atividades, Marcelo Fraga. Segundo ele, foi obtido um desses
transportes em nome do poeta Patativa. Ele aguarda manifestação do
Governo Federal para obter o intento.
Mas enquanto isso, o trabalho com a caravana vem de longe, inspirado
nas primeiras conversas que teve com a contemporânea do Padre Cícero,
falecida ano passado, a professora Assunção Gonçalves.
Algumas das relíquias expostas no caminhão da caravana, e que
percorrerão o Brasil, foram doadas pela também artista plástica, autora
da imagem que marca os primeiros momentos de criação do município de
Juazeiro do Norte.
A primeira incursão da Caravana do Meu Padim aconteceu na comemoração
do centenário de Juazeiro do Norte. Foram três meses de viagem por cerca
de 20 cidades da região. Para Geraldo Menezes Barbosa, o caminhão é um
brado de Juazeiro do Norte ultrapassando os seus limites, pela grandeza
histórica de uma cidade que nasceu de um milagre.
De acordo com o padre Orsini Nuvens Linard, a Caravana do Meu Padim,
será uma forma dos romeiros nordestinos, do Brasil inteiro, terem a
oportunidade de matar a saudade. "O caminhão também leva um pouco desses
devotos para o Brasil. Um pouco do Nordeste", lembra.
Percurso
As nove capitais do Nordeste estarão recebendo o caminhão, começando o
itinerário por Salvador, na Bahia. Marcelo afirma que esse percurso
deverá durar cerca de seis meses.
A Caravana passará pela feira da São Cristóvão, no Rio de Janeiro. De
São Paulo, seguirá para Brasília, onde permanecerá de frente Esplanada
dos Ministérios. Irá até o centro do poder, para receber parlamentares e
autoridades do governo, na finalidade de expor um pouco da história e
trajetória do Padre Cícero e sua importância para o Brasil.
As atividades, segundo Fraga, serão coordenadas de Juazeiro do Norte e
também no próprio caminhão, onde estará a equipe que vai ser responsável
pela apresentação do acervo. A outra equipe, que fica em Juazeiro,
estará definindo os locais a serem visitados, de acordo com todo o
aparato e receptividade em cada cidade que a caravana chegar.
Ao passar pelas principais cidades do Brasil, chegará a vez da nação
romeira do Nordeste ver em sua cidade a Caravana do Meu Padim.
Em Fortaleza, a última cidade nordestina a receber a caravana, o
encontro com as raízes interioranas será realizado no mês de julho, por
conta da Copa do Mundo deste ano.
A cidade irá receber turistas do mundo inteiro, em um momento de
intensa movimentação. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer de
perto um pouco da história de um dos personagens mais marcantes do
Nordeste e do País.
Para circular o Brasil, a Caravana do Meu Padim está tendo o apoio de
empresários da região. Fraga destaca a importante parceria com a
iniciativa privada na cidade para a promoção da iniciativa.
Bênção
Mas antes de seguir viagem, o caminhão da Caravana e as relíquias foram
abençoados. A cerimônia foi realizada no interior do veículo, celebrada
pelo padre Orsini Nuvens Linard, do Santuário do Sagrado Coração de
Jesus. Na ocasião, também estava presente o contemporâneo do Padre
Cícero, o escritor e jornalista, Geraldo Menezes Barbosa.
Em um dos baús que pertenceram ao Padre Cícero Romão, expostos no
veículo, ele lembra do momento em que tinha cerca de sete anos, quando
deu cochilos sentado, à espera do pai que conversava com o sacerdote.
Segundo Geraldo Menezes, esse momento ocorreu há mais de 80 anos, quando o seu pai se mudava para a vizinha cidade do Crato.
Relíquias
No caminhão da Caravana do Meu Padim são muitos os atrativos para os
visitantes. Além de objetos pessoais do Padre Cícero Romão, como um
genuflexório usado nas orações, vão fotografias, toalhas, talheres,
alguns deles com iniciais do Padre Cícero, bilhetes assinados por ele e
até o título eleitoral.
Além disso, materiais como os ex-votos, imagens, uma foto da beata
Maria de Araújo e a lembrança dos cem anos de morte da religiosa.
Segundo o escritor Geraldo Menezes, essa é mais uma missão para levar o
nome do Padre Cícero para todo o Brasil. (ES)
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