segunda-feira, 31 de março de 2014

Aliado histórico de Marina abandona Rede e diz ter feito “papel de bobo”

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O ex-deputado Luciano Zica, próximo de Marina desde a época de Ministério do Meio Ambiente, que deixou o projeto da Rede. Foto de Moacyr Lopes Junior/Folhapress.

Então filiado ao PT, Zica foi secretário nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente na gestão Marina (2003-2008). Trocou o partido pelo PV junto com a ex-senadora, em 2009. Foi um dos coordenadores da campanha presidencial de Marina em 2010 e, com a saída dela do PV, passou a articular a Rede em São Paulo.
Apesar de não ter cargo na coordenação estadual, Zica era um dos responsáveis pela articulação da Rede com prefeitos, vereadores e deputados. Ele diz que sentiu ter feito “papel de bobo” ao tentar convencer possíveis aliados sobre a “nova política”.

“Passei meio de bobo na história. Não que eu não seja, mas não precisava ficar tão evidente”, queixa-se. “Gastei recursos, energia, tempo na perspectiva de que as discussões se dessem de maneira minimamente horizontal, mas na decisão mais importante vem uma pancada, uma decisão profundamente equivocada. Era uma coisa patética ver aquele ato de sábado. Acho que nenhum dos dois [Marina e Eduardo Campos] estava acreditando muito nisso”, afirma.
Ele diz que tentou falar com Marina “duas ou três vezes pelo telefone” depois da decisão da Justiça Eleitoral que rejeitou o registro da Rede, na quinta-feira, dia 3, à noite, mas diz não ter sido atendido. Depois disso, tomou a decisão de deixar a Rede sozinho. “Fiz igualzinho à Marina: não discuti com ninguém.”
Apesar disso, diz que continua amigo da ex-senadora e que ela, sendo candidata, terá seu voto, independentemente de partido.
Problemas
Para Zica, o PSB tem dois problemas principais: a identificação com a “política tradicional” e a posição “lastimável” em temas “fundantes” da Rede, como a sustentabilidade.
“É uma contradição muito grande. E, ressalvadas poucas pessoas, como a deputada Luiza Erundina, há muito poucos que se diferenciam da política tradicional.”
Ele diz que a defendia que Marina ficasse fora da disputa e tivesse o papel de “consciência crítica” no período eleitoral. Diz que agora pretende se dedicar a uma “militância de causas” e “fazer a campanha de algum candidato que ache interessante”.

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