O ex-deputado Luciano Zica, próximo de Marina desde a época de Ministério do Meio Ambiente, que deixou o projeto da Rede. Foto de Moacyr Lopes Junior/Folhapress. |
Então filiado ao PT, Zica foi secretário nacional de Recursos
Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente na gestão
Marina (2003-2008). Trocou o partido pelo PV junto com a ex-senadora, em
2009. Foi um dos coordenadores da campanha presidencial de Marina em
2010 e, com a saída dela do PV, passou a articular a Rede em São Paulo.
Apesar de não ter cargo na coordenação estadual, Zica era um dos
responsáveis pela articulação da Rede com prefeitos, vereadores e
deputados. Ele diz que sentiu ter feito “papel de bobo” ao tentar
convencer possíveis aliados sobre a “nova política”.
“Passei meio de bobo na história. Não que eu não seja, mas não
precisava ficar tão evidente”, queixa-se. “Gastei recursos, energia,
tempo na perspectiva de que as discussões se dessem de maneira
minimamente horizontal, mas na decisão mais importante vem uma pancada,
uma decisão profundamente equivocada. Era uma coisa patética ver aquele
ato de sábado. Acho que nenhum dos dois [Marina e Eduardo Campos] estava acreditando muito nisso”, afirma.
Ele diz que tentou falar com Marina “duas ou três vezes pelo
telefone” depois da decisão da Justiça Eleitoral que rejeitou o registro
da Rede, na quinta-feira, dia 3, à noite, mas diz não ter sido
atendido. Depois disso, tomou a decisão de deixar a Rede sozinho. “Fiz
igualzinho à Marina: não discuti com ninguém.”
Apesar disso, diz que continua amigo da ex-senadora e que ela, sendo candidata, terá seu voto, independentemente de partido.
Problemas
Para Zica, o PSB tem dois problemas principais: a identificação com a
“política tradicional” e a posição “lastimável” em temas “fundantes” da
Rede, como a sustentabilidade.
“É uma contradição muito grande. E, ressalvadas poucas pessoas, como a
deputada Luiza Erundina, há muito poucos que se diferenciam da política
tradicional.”
Ele diz que a defendia que Marina ficasse fora da disputa e tivesse o
papel de “consciência crítica” no período eleitoral. Diz que agora
pretende se dedicar a uma “militância de causas” e “fazer a campanha de
algum candidato que ache interessante”.
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