sábado, 26 de outubro de 2013

13 UPAs permanecem fechadas em cidades do Interior do Estado

Do total, oito unidades estão previstas para inaugurar em novembro, e cinco seguem indefinidas

Iguatu. Instaladas e em fase de conclusão, 13 Unidades de Pronto Atendimento (Upas) ainda permanecem fechadas no Interior do Ceará. Para serem inauguradas, é preciso seleção, contratação de pessoal, aquisição de equipamentos e definição do modelo de gerenciamento. A população sofre com a falta de assistência básica adequada de saúde na maioria dos municípios. As UPAs têm por objetivo atender casos de urgência e emergência, funcionando 24 horas, inclusive finais de semana.

Unidade de Pronto Atendimento de Iguatu já está com o prédio todo pronto, mas ainda não iniciou atendimento à população. Está entre as cinco no Estado que ainda não tem data para inauguração FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Se estivessem funcionando, as Upas poderiam reduzir o tempo de espera no atendimento em hospitais locais e a transferência de pacientes para outras cidades. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) faz um esforço para inaugurar até o fim do próximo mês oito unidades nas cidades de Pentecoste, Horizonte, Tauá, Crateús, Aracoiaba, São Gonçalo do Amarante, Canindé e São Benedito.
Outras cinco unidades estão em conclusão nas cidades de Aracati, Iguatu, Juazeiro do Norte, Russas e Quixadá. Mais de 90% das instalações já foram realizadas desses projetos. "O nosso esforço é para inaugurar todas as Upas até o fim do ano", disse o secretário estadual de Saúde, Ciro Gomes.

No Ceará, até agora funcionam nove Upas. São seis na Capital (Praia do Futuro, Autran Nunes, Messejana, Canindezinho, Conjunto José Wálter e Conjunto Ceará). Outras três ficam na Região Metropolitana de Fortaleza (Caucaia, Maranguape e Eusébio). Mais de um milhão de atendimento já foram realizados, segundo a Sesa.

Plano nacional

As Upas fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência e visam desafogar hospitais. O projeto prevê contratação de médicos para ambulatório em clínica geral e pediatria, enfermeiro e técnicos de nível médio. Ainda está em discussão o modelo de funcionamento que pode ser sob a responsabilidade individual do município, onde a unidade está instalada ou formação de um consórcio regional de cidades para viabilizar o funcionamento da UPA.

"A tendência é de formação de consórcio regional", disse o secretário de Saúde de Crateús, Humberto Frota. A seleção de pessoal deverá ser feita pela Escola de Saúde Pública e o consórcio custeará todas as despesas de manutenção e pagamento de funcionários. Os equipamentos serão adquiridos pelo governo do Estado. O projeto das Upas tem participação tripartite (União, Estados e municípios).

As Câmaras Municipais de Vereadores dos entes que integram o consórcio de Saúde deverão aprovar projeto de lei e a formação de um fundo único para gerir recursos financeiros.

Na maioria das regiões, o consórcio já existe, mas em alguns casos ainda falta definição de cidades que querem pactuar, isto é, aderir à proposta. Esse modelo vai gerir as Policlínicas e os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). A presidência dos consórcios é rotativa de dois em dois anos.

Os investimentos nas Upas variam conforme a dimensão. A tipo 1 é de R$ 2,8 milhões; tipo 2 é de R$ 3,9 milhões e tipo 3 R$ 5 milhões. A contratação de profissionais nas unidades da Capital, com gestão do governo do Estado, foi através de seleção pública.

Na cidade de Iguatu, na região Centro-Sul, a UPA está há mais de um ano com serviço de instalação paralisado. Faltam menos de 10% para ser concluída. "Minha filha estava com fortes dores na barriga e tive que procurar a emergência do hospital que está muito lotada", queixou-se o servente de pedreiro, Luis Ribeiro, que mora a dois quarteirões da unidade.

A população no Interior sofre com a demora na abertura das Upas. "Faz falta", disse a dona de casa, Raimunda Oliveira, moradora da cidade de Crateús. Pronta há um ano, a unidade deve começar a funcionar no próximo mês de novembro e deve atender a população de 11 municípios da região. "Aguardamos a chegada dos equipamentos e a definição do consórcio", disse o secretário Humberto Frota. "A previsão de inauguração é para novembro, mas não sabemos se realmente dará tempo".

Para o secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes, o desmantelamento de algumas estruturas de Saúde no Interior e a mudança nos gestores municipais contribuíram para a indefinição dos consórcios e atrasos no funcionamento das Upas. Ainda segundo o secretário, a burocracia também resultou em demora no processo. "Isso tem a ver com licitação, impugnação de licitação, mas o que importa é que estamos inaugurando as unidades em breve", afirmou.

Impostos

Em São Gonçalo do Amarante, portuários aguardam a abertura da UPA. Há mais de um ano que a unidade está concluída e fechada. "Nós pagamos impostos e essas obras prontas precisam atender a população", disse a comerciária, Lúcia Alves.

O presidente do Consórcio de Saúde da Região Centro-Sul, prefeito de Iguatu, Aderilo Alcântara, disse que os gestores vivem a expectativa de conclusão, instalação de equipamentos e funcionamento da UPAs.

"É preciso definir a participação dos municípios nos consórcios regionais porque há ainda algumas indefinições", observa o presidente do Consórcio.

Mais informações

Secretaria de Saúde do Estado
Fortaleza
Telefone: (85) 3101. 5220

HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER

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