Do total, oito unidades estão previstas para inaugurar em novembro, e cinco seguem indefinidas
Iguatu.
Instaladas e em fase de conclusão, 13 Unidades de Pronto Atendimento
(Upas) ainda permanecem fechadas no Interior do Ceará. Para serem
inauguradas, é preciso seleção, contratação de pessoal, aquisição de
equipamentos e definição do modelo de gerenciamento. A população sofre
com a falta de assistência básica adequada de saúde na maioria dos
municípios. As UPAs têm por objetivo atender casos de urgência e
emergência, funcionando 24 horas, inclusive finais de semana.
Unidade
de Pronto Atendimento de Iguatu já está com o prédio todo pronto, mas
ainda não iniciou atendimento à população. Está entre as cinco no Estado
que ainda não tem data para inauguração FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Se
estivessem funcionando, as Upas poderiam reduzir o tempo de espera no
atendimento em hospitais locais e a transferência de pacientes para
outras cidades. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) faz um esforço
para inaugurar até o fim do próximo mês oito unidades nas cidades de
Pentecoste, Horizonte, Tauá, Crateús, Aracoiaba, São Gonçalo do
Amarante, Canindé e São Benedito.
Outras cinco unidades estão em
conclusão nas cidades de Aracati, Iguatu, Juazeiro do Norte, Russas e
Quixadá. Mais de 90% das instalações já foram realizadas desses
projetos. "O nosso esforço é para inaugurar todas as Upas até o fim do
ano", disse o secretário estadual de Saúde, Ciro Gomes.
No Ceará,
até agora funcionam nove Upas. São seis na Capital (Praia do Futuro,
Autran Nunes, Messejana, Canindezinho, Conjunto José Wálter e Conjunto
Ceará). Outras três ficam na Região Metropolitana de Fortaleza (Caucaia,
Maranguape e Eusébio). Mais de um milhão de atendimento já foram
realizados, segundo a Sesa.
Plano nacional
As
Upas fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência e visam
desafogar hospitais. O projeto prevê contratação de médicos para
ambulatório em clínica geral e pediatria, enfermeiro e técnicos de nível
médio. Ainda está em discussão o modelo de funcionamento que pode ser
sob a responsabilidade individual do município, onde a unidade está
instalada ou formação de um consórcio regional de cidades para
viabilizar o funcionamento da UPA.
"A tendência é de formação de
consórcio regional", disse o secretário de Saúde de Crateús, Humberto
Frota. A seleção de pessoal deverá ser feita pela Escola de Saúde
Pública e o consórcio custeará todas as despesas de manutenção e
pagamento de funcionários. Os equipamentos serão adquiridos pelo governo
do Estado. O projeto das Upas tem participação tripartite (União,
Estados e municípios).
As Câmaras Municipais de Vereadores dos
entes que integram o consórcio de Saúde deverão aprovar projeto de lei e
a formação de um fundo único para gerir recursos financeiros.
Na
maioria das regiões, o consórcio já existe, mas em alguns casos ainda
falta definição de cidades que querem pactuar, isto é, aderir à
proposta. Esse modelo vai gerir as Policlínicas e os Centros de
Especialidades Odontológicas (CEO). A presidência dos consórcios é
rotativa de dois em dois anos.
Os investimentos nas Upas variam
conforme a dimensão. A tipo 1 é de R$ 2,8 milhões; tipo 2 é de R$ 3,9
milhões e tipo 3 R$ 5 milhões. A contratação de profissionais nas
unidades da Capital, com gestão do governo do Estado, foi através de
seleção pública.
Na cidade de Iguatu, na região Centro-Sul, a UPA
está há mais de um ano com serviço de instalação paralisado. Faltam
menos de 10% para ser concluída. "Minha filha estava com fortes dores na
barriga e tive que procurar a emergência do hospital que está muito
lotada", queixou-se o servente de pedreiro, Luis Ribeiro, que mora a
dois quarteirões da unidade.
A população no Interior sofre com a
demora na abertura das Upas. "Faz falta", disse a dona de casa, Raimunda
Oliveira, moradora da cidade de Crateús. Pronta há um ano, a unidade
deve começar a funcionar no próximo mês de novembro e deve atender a
população de 11 municípios da região. "Aguardamos a chegada dos
equipamentos e a definição do consórcio", disse o secretário Humberto
Frota. "A previsão de inauguração é para novembro, mas não sabemos se
realmente dará tempo".
Para o secretário de Saúde do Estado, Ciro
Gomes, o desmantelamento de algumas estruturas de Saúde no Interior e a
mudança nos gestores municipais contribuíram para a indefinição dos
consórcios e atrasos no funcionamento das Upas. Ainda segundo o
secretário, a burocracia também resultou em demora no processo. "Isso
tem a ver com licitação, impugnação de licitação, mas o que importa é
que estamos inaugurando as unidades em breve", afirmou.
Impostos
Em
São Gonçalo do Amarante, portuários aguardam a abertura da UPA. Há mais
de um ano que a unidade está concluída e fechada. "Nós pagamos impostos
e essas obras prontas precisam atender a população", disse a
comerciária, Lúcia Alves.
O presidente do Consórcio de Saúde da
Região Centro-Sul, prefeito de Iguatu, Aderilo Alcântara, disse que os
gestores vivem a expectativa de conclusão, instalação de equipamentos e
funcionamento da UPAs.
"É preciso definir a participação dos
municípios nos consórcios regionais porque há ainda algumas
indefinições", observa o presidente do Consórcio.
Mais informações
Secretaria de Saúde do Estado
Fortaleza
Telefone: (85) 3101. 5220
HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER
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