Também foi afastado o tesoureiro da Casa no episódio que ficou conhecido como "farra das vassouras"
O presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, Antônio Alves de Almeida (PSC), conhecido como Antônio de Lunga, e o tesoureiro Ronaldo Gomes de Lira, o Ronnas Motos, foram afastados por determinação judicial das funções parlamentares, ontem, por 90 dias, até que sejam concluídas as investigações policiais sobre compras consideradas exageradas no Legislativo municipal, no caso que ficou conhecido como "escândalo das vassouras".
O presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, Antônio Alves de Almeida (PSC), conhecido como Antônio de Lunga, e o tesoureiro Ronaldo Gomes de Lira, o Ronnas Motos, foram afastados por determinação judicial das funções parlamentares, ontem, por 90 dias, até que sejam concluídas as investigações policiais sobre compras consideradas exageradas no Legislativo municipal, no caso que ficou conhecido como "escândalo das vassouras".
A população de Juazeiro do Norte lotou a Câmara,
reivindicando uma Comissão Processante para julgar a cassação do
presidente da Casa Foto: ELIZÂNGELA SANTOS
A juíza Ana Raquel Colares dos Santos Linard, da 1º Vara Criminal da Comarca de Juazeiro do Norte, acatou o pedido da Polícia, juntamente com o Ministério Público, que investigam compras de material de expediente e limpeza, que incluem 4.300 vassouras e grande quantidade de papel higiênico, além de 2,5 toneladas de sabão, dentre outros produtos.
A sessão de ontem da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Darlan Lobo (PT do B), foi iniciada com o anúncio do afastamento dos vereadores, dado pelo delegado da Polícia Civil Vitor Timbó. Durante a sessão, tumultuada pela presença da população, por 17 votos a favor e uma abstenção, foi acatada a denúncia contra o presidente Antônio de Lunga, de um cidadão, Francisco Antônio, alegando quebra de decoro parlamentar do presidente afastado, o que poderá levar à instalação de uma Comissão Processante. Os suplentes Normando Sóracles (PSL) e Francisco Alberto da Costa (PT) assumiram os cargos.
Cassação
Os vereadores de Juazeiro do Norte se reúnem hoje com os líderes na Câmara Municipal para definir se formarão ou não a comissão processante, a ser votada na sessão de quinta-feira. Caso seja votada a cassação de Antônio de Lunga, após as investigações, ele poderá ficar inelegível por até cinco anos. O público que lotava as dependências da Casa ficou inconformado com a não votação da instalação da comissão processante ainda ontem e chegou a atirar vassouras em direção ao plenário.
Um dos vereadores, Bertran Rocha, pediu para se retirar. "Não vou ficar aqui para não ter que levar vassouradas", disse o vereador, ao deixar a sessão em meio aos gritos e vaias dos manifestantes. Cerca de 30 pessoas se negaram a deixar as dependências da Câmara e permaneceram acampados no local.
As investigações das compras exageradas da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte foram denunciadas no começo de agosto, pelo também vereador Danty Benedito (PMN) e chegaram a ter repercussão nacional. Ele protocolou denúncia das compras que classificou como irregulares junto ao Ministério Público e também na 20ª Delegacia de Polícia Civil da cidade (DRPC).
Operação
Numa ação conjunta com a Polícia Militar, o Ministério Público desencadeou no município a "Operação A Faxina", no último dia 24 de agosto, para investigar as compras realizadas. Documentos e computadores, além da farta mercadoria, foram apreendidos. Segundo os primeiros resultados da operação, o coordenador dos trabalhos, José Tenório Brito, relata que as investigações apontam para desvio de dinheiro público, peculato e formação de quadrilha. Foi constatado que parte das compras foi feita em estabelecimentos como o Atacadão, em Juazeiro, e também no Município de Várzea Alegre, depois das denúncias.
O presidente afastado da Câmara de Juazeiro do Norte, Antônio de Lunga, chegou a encaminhar ao Ministério Público, no último dia 26, documentos referentes às compras realizadas pela Casa, que seriam anexados aos inquéritos instaurados pelo Ministério Público (MP) e Polícia Civil. Como desdobramento do episódio, Lunga, que é filiado ao PSC, também foi obrigado a prestar esclarecimentos com o seu partido sobre as mercadorias compradas pela Câmara, tendo em vista a repercussão negativa do episódio.
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