sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O Estado cumpriu todas as exigências do Governo Federal com as campanhas de imunização do rebanho



Iguatu. Está previsto para o próximo dia 21, o anúncio de que o Ceará obterá a certificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de zona livre de febre aftosa com vacinação. A portaria de reconhecimento nacional será assinada pelo titular do Mapa, ministro Antônio Andrade, em solenidade com local e horário a serem definidos.

Duas vezes por ano, o Estado realiza campanha de vacinação dos animais contra a febre aftosa. Em todas as etapas, o índice de imunização fica acima dos 90% exigidos pelo Ministério de Agricultura e Pecuária FOTO: NATINHO RODRIGUES

O titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, considera a conquista do Ceará com status de zona livre de aftosa com vacinação como um avanço fundamental para o crescimento do setor agropecuário. "É um marco histórico, uma conquista que o Ceará vem tentando há vários anos".

O Ceará cumpriu todas as exigências estabelecidas pelo Mapa nas últimas campanhas de vacinação. "Agora vamos ampliar os negócios agropecuários e melhorar o padrão genético do nosso rebanho", afirmou Nelson Martins. A conquista favorece a comercialização de carne, queijo e outros derivados de leite para outros estados.

Nelson Martins atribui à conquista o esforço coletivo com a participação de vários parceiros, dentre eles a Imprensa. "O Diário do Nordeste e a Televisão Verdes Mares muito contribuíram, divulgando as campanhas de vacinação contra a febre aftosa", destacou. "Ematerce, Faec, Fetraece, prefeituras e as rádios no Interior foram fundamental".

Para obter o status de zona livre com vacinação foi necessário alcançar altos índices de imunização contra a febre aftosa. Essa era a principal exigência do Mapa. Em 2012, o Ceará bateu todos os recordes e vacinou 93,99% do rebanho. Na primeira etapa deste ano, um novo recorde foi quebrado e 94,62% dos animais foram imunizados.

A meta estabelecida pelo Ministério era que, pelo menos, 90% do rebanho recebessem a vacina em 80% das propriedades do Estado.

Outros fatores também foram essenciais para essa conquista, segundo destaca o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará, órgão responsável pela sanidade animal e vegetal no Estado, Augusto Júnior. "O governo do Estado investiu na reestruturação da Adagri, ampliando de 25 para 40 postos e criando seis escritórios regionais da agência", observou.

Para ampliar a fiscalização e o trabalho educativo no campo de conscientização dos criadores, o governo autorizou a contratação de 40 veterinários, 21 agrônomos e 79 agentes agropecuários. Um convênio com o Mapa possibilitou a compra de novos veículos e equipamentos para as unidades na Capital e no Interior. "Nós concluímos a sorologia em 14 mil cabeças de gado e não foi detectada a presença do vírus da febre aftosa", frisou. "Intensificamos a fiscalização em eventos agropecuários e no trânsito de animais de produtos de origem animal para evitar que houvesse contaminação".

Mesmo com a nova certificação, os produtores continuam obrigados a vacinar os animais duas vezes por ano. Mas o status de zona livre com vacinação abre as portas do mercado para os produtos locais e possibilita um incentivo à industrialização do Estado. Além do Ceará, o reconhecimento nacional chega a mais sete Estados: Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, além do Estado do Pará, na Região Norte do País.

Internacional

Após o reconhecimento pelo Mapa, o Ceará espera que seja dado um novo passo, isto é, a conquista do status de zona livre de aftosa com vacinação em caráter internacional. "Após a homologação do Mapa, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com sede na França, fará auditoria no Estado até fevereiro de 2014", explica Augusto Júnior. "Temos expectativa de que em março do próximo ano, o Ceará será homologado em caráter internacional como zona livre de aftosa com vacinação".

Caberá ao Mapa, definir as regras sobre comercialização externa de produtos de origem animal (carne e leite) e o trânsito de bovinos internamente e entre os Estados, a partir do novo reconhecimento.

O Ceará, há cerca de quatro décadas, lutava para obter este status de zona livre. Entretanto, nos últimos seis anos, os esforços foram intensificados. "Passou de área de risco desconhecido para zona livre, pulando três etapas de alto, médio e baixo risco", comemorou Augusto Júnior. "A partir da instalação da Adagri em 2009, muitos avanços foram obtidos e o governador Cid Gomes não mediu esforços para obter a certificação que o Estado está prestes a receber".

Apenas Santa Catarina tem a certificação de livre de aftosa sem vacinação. O Ceará está próximo de ficar em pé de igualdade aos demais das regiões Sul e Centro-Sul do País. "A gente sofria constrangimentos, humilhação, pois os animais do Ceará ficavam em quarentena quando iriam participar de feiras e exposições em outros Estados", observou Nelson Martins. O título é avaliado anualmente pelo Mapa e de dois em dois anos, pela OIE. Daí a necessidade de permanecer com duas campanhas por ano contra a doença.

Mais informações

Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDAA), (85) 3101. 8105
Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri)
Telefone: (85) 3101. 2501

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER

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