Brasília. O presidente da Abear (Associação Brasileira
de Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, reconheceu ontem que a média das
tarifas aéreas está subindo no país. Segundo ele, o fenômeno se iniciou
nos últimos dois meses após a subida da cotação do dólar. A média das
tarifas aéreas já está 4% maior, segundo o presidente da entidade que
representa as quatro maiores empresas do setor (TAM, Gol, Azul e
Avianca).
A
crise do setor aéreo brasileiro vem se arrastando há, pelo menos, dois
anos, com as principais companhias operando com prejuízos milionários
FOTO: AFP
As empresas aéreas foram ao governo ontem pedir
socorro para tentar evitar aumentar ainda mais o preços das passagens.
Elas apresentaram uma lista de nove reivindicações, entre elas
desonerações e reduções de impostos e isenção de tarifas pagas ao
governo por elas e por passageiros. Parte das reivindicações já tinham
sido feitas no ano passado. Segundo o presidente da entidade, as
empresas aéreas vinham fazendo ajustes internos como demissões e redução
de número de voos para tentar diminuir o impacto da subida do dólar que
começou no segundo semestre do ano passado. Para Sanovicz, todas as
medidas possíveis foram tomadas e as companhias foram ao "limite do
impossível". "A última represa que estávamos segurando rompeu", afirmou
Sanovicz após reunião entre os donos das companhias e o ministro da
Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.
A entidade afirma
que cerca de 55% dos custos das aéreas são dolarizados. Isso deverá
chegar a 60% se a moeda americana continuar subindo, segundo o
presidente da Abear. Ele afirmou contudo que não há previsão de mais
demissões no setor.
Crise
A crise do
setor aéreo brasileiro vem se arrastando há pelo menos dois anos, com as
principais companhias operando com prejuízos milionários. Desde o
quarto trimestre de 2012, as passagens começaram a subir, apesar da
associação não reconhecer. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)
deixou de divulgar o valor médio das passagens aéreas. O último
relatório é de setembro de 2012. Até então, a passagem média vinha
caindo.
Pedidos
As reivindicações das
companhias aéreas são a inclusão do transporte aéreo na medida
provisória 617, que zera as alíquotas de PIS e Cofins para empresas de
transporte rodoviário, metroviário e ferroviário. Outros temas são a
revisão da política de preços de combustível pela Petrobras e também a
unificação do ICMS. As empresas também pediram para não pagar por seis
meses tarifas aéreas que representam hoje 6% dos custos das companhias. E
também que os usuários deixem de pagar tarifas aeroportuárias, que
seriam bancadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil, além de outras
medidas pontuais.
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