Apenas três unidades do Estado realizam o exame, enquanto a Prefeitura tem convênio com clínica particular
A
ressonância magnética é feita para investigar problemas vasculares
cerebrais, tumores e doenças nas articulações, porém na rede pública
estadual do Ceará só existem três estabelecimentos que realizam este
exame. A rede municipal não possui nenhum. Enquanto isso, 1.507 pessoas
aguardam na fila de espera para realizar o procedimento, conforme dados
da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
Toda
a demanda do Ceará estava concentrada no HGF até a inclusão do serviço
no Hospital Regional do Cariri (HRC), de Juazeiro do Norte, em 2011, e
no Hospital Regional Norte (HRN), de Sobral, neste ano FOTO: ELIZÂNGELA
SANTOS
Até a inclusão do serviço no Hospital Regional do
Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, e no Hospital Regional Norte (HRN),
em Sobral, toda a demanda do Interior era recebida pelo Hospital Geral
de Fortaleza (HGF), que também escoa a da Capital. A previsão é que, até
o fim de setembro, o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC)
realize este exame.
Com a inclusão de mais esta unidade, toda a
demanda dos 184 municípios do Ceará por este serviço será atendida em
apenas três estabelecimentos.
Até lá, pelo menos na rede
municipal, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES), apenas um estabelecimento está credenciado para a
realização do exame, a clínica Omnimagem, que possui uma cota pequena
para estes procedimentos.
Convênio
De
acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), da média de 336,17
exames realizados mensalmente pela clínica Omnimagem, 320 pertencem a
convênios do Município.
De acordo com dados da Sesa, o HGF, único
da rede pública estadual de saúde a disponibilizar, na Grande
Fortaleza, o exame de ressonância magnética, realizou, até o último dia 5
deste mês, 3.621ressonâncias. Em todo o ano passado, foram 6.684
procedimentos.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, de
2011até atualmente, o Hospital Regional do Cariri realizou 3.466 exames,
enquanto o Hospital Regional Norte providenciou 21 procedimentos desde
que iniciou esse tipo de atividade, em 25 de julho deste ano.
Questionada
sobre a situação da Capital, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
informou, por meio de sua assessoria, que não existe previsão de
inclusão deste equipamento na sua rede.
Já o diretor
administrativo do HUWC, Adolfo Ferrer, revelou que, após implementação
do serviço na unidade, deverá haver uma demanda interna de dez exames
desta natureza a serem realizados diariamente. "Fora o que recebemos
tanto do Estado quanto da Capital", acrescenta o gestor do hospital.
Segundo
ele, a espera agora é só pela conclusão da sala de comando do exame.
Ferrer explica que o custeio do serviço está orçado em R$ 30 mil
mensais, isso, sem incluir os insumos. Porém, Ferrer frisa que é um
ganho enorme tanto para o Hospital quanto para a sociedade.
"Ganhamos
principalmente em vidas, em diagnósticos precoces. Além de
economizarmos, pois se analisarmos bem, o custo de deslocamento de um
paciente para realização deste exame, o custo com anestesista, entre
outros gastos nos custam muito mais", acrescenta Ferrer.
Investimento
A
aquisição do aparelho foi por meio do programa federal de
requalificação dos hospitais universitários. O valor foi de R$ 1,9
milhão, verba oriunda do Ministério da Saúde e Ministério da Educação
(MEC). "Porém, eles nos forneceram o equipamento, mas a construção das
salas para a instalação e comando está por nossa conta, e temos que
tirar de um recurso já escasso".
De acordo com o diretor Adolfo
Ferrer, a sala de instalação do equipamento, que requer sistema
eliminação de radiação, entre outros requisitos, custou R$ 600 mil.
THAYS LAVORREPÓRTER
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