O protesto começou de maneira pacífica, mas ganhou cenas de terror protagonizadas por uma minoria exaltada
O que era para ser uma manifestação pacífica terminou com vandalismo e atos de violência. O protesto que seguiu por ruas e avenidas da Capital, na tarde e noite de ontem, terminou em frente ao Palácio da Abolição, com manifestantes entrando em confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar. Foram usadas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Mais de 50 pessoas foram detidas.
Um dos manifestantes chegou a lançar, na sede do Poder Executivo, um coquetel-molotov, espécie de bomba caseira. O protesto virou confronto com o Batalhão de Choque, e mais de 50 pessoas foram presas FOTO: WALESKA SANTIAGO
Após mais de duas horas de caminhada, milhares de pessoas chegaram ao Palácio e permaneceram por mais de uma hora de maneira pacífica. Com gritos de ordem e cartazes, exigiam pronunciamento do governador Cid Gomes acerca da ação da Polícia na manifestação da última quarta-feira, próximo à Arena Castelão. Grande parte invadiu o espelho d´ água. A Autarquia Municipal de Trânsito bloqueou as ruas no entorno.
A situação começou a ficar tensa quando pequenos grupos se exaltaram e passaram a derrubar as grades de contenção que do local. Pouco tempo depois, bombas caseiras, fogos de artifício e pedras eram lançadas no Palácio da Abolição, ao mesmo tempo em que a maioria vaiava a atitude e com gritos tentavam conter os exaltados. Vidraças foram quebradas. Por um longo tempo, não houve reação do policiamento, mas, na chegada do Batalhão de Choque, bombas de gás foram lançadas, e a multidão se dispersou. Manifestantes quebraram, ainda, vidraças da Caixa Econômica e danificaram uma loja próxima.
O encontro teve início por volta das 16h na Praça Portugal. Aos poucos, pequenos grupos se transformaram em milhares de pessoas que seguiam, de forma pacífica, em passeata pela Desembargador Moreira.
"Vem pra rua" era o grito. Em apoio aos manifestantes, diversos motoristas e motoqueiros passavam promovendo buzinaço. Novas reivindicações pediam pela redução do preço da passagem de ônibus na Capital, implantação do Passe Livre e entrega das carteiras de estudante.
Nos cruzamentos com as avenidas Santos Dumont, Padre Antônio Tomaz e Antônio Sales, os manifestantes sentaram e pediram a participação popular. Gritos de repressão condenavam o uso de bandeiras e camisas de partidos. Em frente à Assembleia Legislativa, nova parada para protestar.
O grupo seguiu pela Av. Pontes Vieira e, depois de alguns divergirem sobre o próximo local, caminharam rumo à Barão de Studart. Das janelas dos apartamentos, bandeiras brancas foram agitadas. Um manifestante chegou a pichar o prédio do Laboratório Central de Saúde Pública, mas foi vaiado pelo grupo, que apagou as manchas.
Comércio fechado
Temendo reações violentas dos manifestantes, vários comerciantes fecharam as portas bem mais cedo do que o comum, na tarde de ontem. Na Av. Dom Luís, algumas lojas começaram a dispensar os clientes às 15h. Por volta das 16 h, alguns estabelecimentos na Desembargador Moreira optaram por baixar as portas. Antes da passeata ter início, o Shopping Aldeota e o Aldeota Mall já estavam fechados.
Para o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers, Abílio do Carmo, embora o encerramento das atividades seja para "preservar o patrimônio particular e a integridade física dos colaboradores", a ação deve gerar prejuízo, que ainda não é possível ser mensurado. "Foi uma temeridade o fechamento nos feriados. No dia do primeiro jogo do Brasil, quando acabou a partida, o shopping estava lotado, mas com a maioria das lojas fechadas", lamenta.
Temendo reações violentas dos manifestantes, vários comerciantes fecharam as portas bem mais cedo do que o comum, na tarde de ontem. Na Av. Dom Luís, algumas lojas começaram a dispensar os clientes às 15h. Por volta das 16 h, alguns estabelecimentos na Desembargador Moreira optaram por baixar as portas. Antes da passeata ter início, o Shopping Aldeota e o Aldeota Mall já estavam fechados.
Para o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers, Abílio do Carmo, embora o encerramento das atividades seja para "preservar o patrimônio particular e a integridade física dos colaboradores", a ação deve gerar prejuízo, que ainda não é possível ser mensurado. "Foi uma temeridade o fechamento nos feriados. No dia do primeiro jogo do Brasil, quando acabou a partida, o shopping estava lotado, mas com a maioria das lojas fechadas", lamenta.
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